sexta-feira, 29 de maio de 2009
Ser comunista.
Ser comunista é ser autista. É enfiar a cabeça na areia para não ver que o Mundo pulou e avançou e a Leste só ficou a miséria que o comunismo deixou.
Ser comunista é ser vigarista. É dizer que o povo é quem mais ordena, quando quem ordena o povo é o comité central, mesmo que para isso se mande a democracia para o lamaçal com o intelectual na vanguarda de quem vive do trabalho braçal.
Ser comunista é ser terrorista. É agitar por agitar, revoltar por revoltar, minar por minar. É trocar o Estado de Direito por um direito ao Estado que não se conquista pela maioria da votação mas pela minoria da conspiração.
Assistiremos hoje a mais um capitulo vergonhoso do contributo que o PCP tem dado à nossa ainda jovem democracia. De que valem as regras do jogo democrático, para quem a democracia não passa de um jogo, que só terminará no dia em que a luta de classes desemboque na revolução do proletariado e na sua ditadura. De nada conta, de nada vale o bom funcionamento dos organismos e instituições do Estado, quando o que se pretende é provar a falencia deste, nem que para isso o PCP dê o seu contributo activo. Só esta práxis justifica a tentativa de inviabilização, por parte do PCP, da eleição do novo Provedor de Justiça. Atendendo ao atraso no processo, à importancia do cargo, ao processo democrático anterior a que todos se submeteram (na 1ª volta o PCP apresentou o seu candidato), votar em branco é boicotar a pouca fé que ainda teriamos na Assembleia da República.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Apenas uma ligeira diferença
O arco-íris de bandeiras vermelhas, amarelas, azuis e verdes, que os 85.000 figurantes, perdão manifestantes, empunhavam, levava as cores deste novo detergente. A faixa que liderava a marcha dizia "Nova política - Uma vida melhor!" mas também poderia dizer "Novo Surf - Uma vida melhor!".
Não é só garganta.
Marinho Pinto, diga-se o que se disser, é um grande cidadão. Corajoso e interventivo, Marinho Pinto quando abre a boca não é para falar de bola, e tem o mérito de tornar audivel o que nos chega todos os dias em surdina.
Ontem foi a vez da Manuela Moura Guedes ouvir em casa o que merecia e que poucos têm coragem de lhe dizer na rua..
O Bastonário é um incomformado, por vezes a roçar o justiceiro, desgoste-se do estilo (que não me agrada), houvessem mais portugueses como ele e haveriam muito menos Manuelas Moura Guedes. É que é sempre preferivel quem chega “lá” pelo mérito, especialmente se for democrático, do quem se vai arrastando pelo matrimónio.
E para quem pensa que ambos não passam de dois "fala baratos" desengane-se. Palavras leva-as o vento, mas os processos disciplinares ficam. O Bastonário está a moralizar a classe não só na imprensa mas essencialmente através da exigência e coerência que revela também dentro das portas da Ordem. Todos os dias há um advogado condenado por má conduta profissional.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
As verdadeiras elites
Alguns ricos alemães estão dispostos a «pagar a crise»
A esquerda alemã tem exigido um imposto adicional sobre as grandes fortunas para financiar a crise, mas agora são vários milionários a propor a mesma coisa, para aliviar os cofres do Estado.
Um grupo de 23 abastados cidadãos, liderados por um psiquiatra reformado de Berlim, Dieter Lehmkuhl, propôs que os rendimentos anuais superiores a 500 mil euros paguem um imposto extra de 5% em 2009 e 2010. Para o caso não interessa se os rendimentos são provenientes do trabalho, de capitais investidos ou de heranças, explicou Lehmkuhl.
No que respeita às firmas, os lucros até três milhões de euros não deveriam ser sujeitos ao imposto adicional, para não sobrecarregar pequenas e médias empresas, concedem os autores da iniciativa. A única condição seria que a colecta fiscal obtida desta forma, que poderia atingir os 50 mil milhões de euros, se destinasse exclusivamente a admitir mais pessoal nas áreas social, da ecologia e do ensino, e a aumentar o rendimento mínimo garantido e outras ajudas sociais.
"Não somos loucos nem ingénuos", garantiu Lehmkuhl, lembrando que o Presidente da República, Horst Koehler, exigiu num discurso proferido em Março mais responsabilidade e mais decência às elites da Nação, para debelar a crise financeira.
Pouco depois, Lehmkuhl fundou a benemérita iniciativa, dizendo-se movido pelo "sentido de justiça", e por achar que "se não for assim, a crise acabará por ser paga por aqueles que não beneficiaram dela e não contribuíram para a provocar".
O médico aposentado invocou também o imperativo constitucional que proclama que a propriedade é um compromisso perante a sociedade, para justificar a proposta de exigir mais impostos a quem pode pagá-los.
Fonte: Diario Digital
(Des) Credibilidade...
"Constâncio, Amado da Silva e Manuel Sebastião vão ser aumentados em 5% este ano", título de uma noticia do Negocios.pt. Depois de lermos a notícia, percebe-se que se trata de um ajuste, pelo facto de no ano 2008 nao terem sido aumentados (por lapso).
Longe de mim, querer entrar em discussões (demagógicas) de níveis salariais, até porque se as empresas privadas pagam bonus elevados, é porque os accionistas acreditam que essas pessoas (gestores) valem esse mesmo valor. Se falassemos de jogadores da bola e nao de gestores, ja parecia bem o facto de o Barcelona ir pagar 48 milhoes de euros aos jogadores por conseguirem o "triplete"????
A minha intervenção serve apenas para por em causa a credibilidade de alguns "opinion makers" que fazem discursos e declaraçoes de contençoes salariais e de gastos, mas nunca sao capazes de olhar antes para a sua propria quinta. Todos sabemos, e como muito bem diz um dos visados pela noticia, que nao é dele proprio que depende o salario.
Eu no meu caso sempre posso recusar um aumento que a minha empresa me queira dar, e em caso de nao ser aceite, sempre posso doar o dinheiro a uma instituiçao de caridade, por exemplo.
Já dizia o meu avô: "olha para o que eu digo, mas nao olhes para o que eu faço"
EU Profiler
http://www.euprofiler.eu
quarta-feira, 20 de maio de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
São incomprensíveis
Diz o Bastonário Marinho Pinto que «há indícios de que alguns advogados ou alguns escritórios são quase especialistas em ajudar certos clientes a praticar determinado tipo de delitos, sobretudo na área do delito económico». Muito bem. Mas se isso é assim, o Bastonário tem o dever de saber respeitar as regras de funcionamento do Estado de Direito e, por isso, tem de participar às entidades competentes (tanto ao Ministério Públicos, para efeitos criminais, como ao Conselho de Deontologia, para efeitos disciplinares) quais os advogados, quais as sociedades de advogados e quais os indícios de que ele tem conhecimento e que o levam a fazer publicamente acusações tão graves.
Não quero aqui defender essas práticas ilícitas realizadas por alguns advogados porque imagino que as deve haver e imagino que têm gravidade suficiente para merecerem ser investigadas. Quero apenas reiterar aquilo que é um "mal nacional": acusar sem apresentar evidências ou denunciar sem apontar rostos ou factos, como fez agora o Bastonário dos Advogados. Tudo isto só contribui para adensar ainda mais o clime de permanente suspeição e desconfiança nacional em que vivemos actualmente.
Ainda o Acordo Ortográfico, do qual sou um adepto
«De *fato*, este meu *ato* refere-se à não-aceitação deste *pato* com vista a assassinar a Língua Portuguesa. Por isso... por não aceitar este *pato*... também não vou aceitar ir a esse almoço para comer um arroz de pato... A esta *ora* está *úmido* lá fora... por isso, de *fato* lá terei de vestir um fato...»
A minha posição já a conhecem: estou a favor do Acordo Ortográfico. Por mais que se procurem aparentes "absurdos" linguísticos, alguns deles errados (por exemplo, pacto continuará a escrever-se p-a-c-t-o), o mais importante de tudo é assegurar a unidade da língua portuguesa à escala global.
Veja-se o caso de quem trabalha e investiga nos domínios das ciências, como a minha ex-colega da primária. Sei bem que a língua inglesa é a linguagem universal no meio científico, de tal maneira que é perfeitamente aceite que se apresentem teses de mestrado e doutoramento em inglês. Não estará esta minha ex-colega a ser incoerente?
Com o Acordo Ortográfico pretende-se, também, à semelhança da linguagem científica, que se tenha um único dicionário para todos os "falantes" e "escrevedores" da língua portuguesa. A defesa da língua não se faz estando contra o Acordo. Há muitas outras práticas invasivas que põem a nossa língua em causa e que não contribuem para que a mesma seja um instrumento privilegiado de promoção e defesa da nossa cultura.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Video do dia (para amantes de surf e não só)
Eco navigation
domingo, 17 de maio de 2009
O "Inspirador" inspirado
"Este é o discurso de comemoração da passagem dos 10 dias sobre a celebração dos primeiros 100 dias da Administração Obama"
Para quem ainda duvidasse, eis o discurso da vitória da política dos homens sobre os homens da política. Um político nunca diria este discurso, só um homem maior e um enorme democrata correria tais riscos e sairia ovacionado pela plateia mais exigente do Mundo.
O Príncipe da Casa Preta segue dentro de momentos.
sábado, 16 de maio de 2009
Depois do Google, da Wikipedia...
A seguir com atenção (ver aqui).
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Piadola
They once said that a black man would be president when pigs fly.
His first 100 days and wham!! ... Pig's flu!
terça-feira, 12 de maio de 2009
Vai uma VOLTinha..??
Em segundo preparar o mercado - consumidores, para toda esta mudança. Afinal ainda há uma grande maioria de pessoas que antes prefere alhear-se das preocupações ambientais e da própria vivência nos grandes centros urbanos, mas continuar a sentir o roncar dos seus potentes ou apenas barulhentos motores. É uma questão de imagem... Neste campo há ainda muito a fazer. Até porque não é fácil fazer os consumidores mudarem de produto, ainda mais quando estão tão contentes com ele - e aí há que ver que a Indústria Automóvel, apenas com cerca de 100 anos, muito tem investido em ID, e tem conseguido responder às necessidades dos consumidores. Além do mais quando o automóvel é um objecto de afirmação e de culto. Com quem é que eu vou poder comparar o meu VOLT, ou mesmo o meu TESLA? Ao início vai parecer que não há termode comparação que me diferencie do resto da maralha. Existem sempre os early adopters, que dão sempre jeito para alavancar o consumo inicial de um produto novo. Mas depois o produto tem de ser fiável, satisfazer as necessidades (todas elas, inclusive as de afirmação), para poder ser próspero.
Concluindo penso que concordam que apesar de terem sido dados passos importantes, outros faltam ainda dar. Até porque vejo nesta mudança de paradigma a verdadeira salvação da indústria automóvel e satélites. A ver vamos as cenas dos próximos capítulos.
Get MAD Fun OF(F)
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Amanha... qual a razao
Hoje a primeira noticia do Publico.pt é: "Bolsas dos EUA em queda com receios das elevadas subidas das últimas semanas".
Que quer isto dizer??? Que quem investiu na semana passada nao sabia o que estava a fazer e agora esta com medo e a vender? Ou será simplesmente que os fundos andam a brincar à pequena especulação para poder obter lucros pequenos mas muito rapidos?
Arriscando ser um Houdini dos mercados, prevejo um proximo título: "Mercado em Alta para contrariar fortes ajustes das ultimas semanas"
terça-feira, 5 de maio de 2009
Aos olhos de quem quis ver
Não teria sido desprestígio para o PSD dar o braço a torcer neste processo.
As avaliações ficam para quem as faz, mas por muito currículo académico que tenha, a Professora Maria da Gloria Garcia demonstrou não ter nem a preparação, nem um projecto cívico com capacidade para ombrear com a Provedoria de Proximidade preconizada pelo constitucionalista.
O embate à transparência da audição pública parlamentar, demonstrou é atabalhoada, trapalhona e vazia de qualquer sentido a argumentação do PSD em torno da eleição do novo Provedor.
O Professor Jorge Miranda demonstrou querer vir a ser muito mais interventivo e visível, logo desconfortável para o poder, do que a Provedora de "influencia discreta", perfil defendido pela candidata do PSD. Boa sorte Professor!
P.s.: lamentavelmente o site da ARtv para variar estava inacessível para linkar os vídeos das audiências. É a Assembleia que temos... à atenção do futuro Provedor da República.
Um luto aos quadradinhos.
"Olá Amigos,"
Infelizmente não vos escrevo sobre o Boavista.
Todos nós, que esperávamos religiosamente pelas 17h, sentados em frente ao televisor a preto e branco, hipnotizados pela indecifrável e enigmática mira técnica da Radiotelevisão Portuguesa, estamos a partir de hoje um pouco mais órfãos.
A ansiedade que sentíamos por volta das 16.50h era perfeitamente razoável e justificava que se suspendesse o jogo da bola ou a construção da torre de Lego. No tempo em sabíamos com o que podíamos contar, sabíamos que aquela espera augurava necessariamente algo de inesperado… mas mágico. O “senhor Vasco do boné” servia-nos a seguir ao lanche um sortido telegenico de ilusões, por vezes mudas, às vezes dramáticas, tantas vezes cómicas.
Podíamos nem perceber tudo o que ele dizia mas acabávamos sempre por entende-lo, mesmo que recorrendo a rabiscos animados, o “senhor Vasco do boné” ensinava-nos que havia muito mais Mundo para alem dos amigos da escola, para alem da nossa rua ou da casa dos nossos avós.
O “senhor Vasco do boné” dizia muitos nomes acabados em “ev” e em “ov”, o que por vezes, fazia desconfiar se a bondade do seu sorriso ou a simpatia permanentes também eram uma criação de leste. Mas após cada história contada com bonecos de plasticina, vinha sempre o Bugs Bunny ou o Papa-léguas e paz estava refeita, a Guerra-fria tinha acabado.
Com os nossos sonhos, com a nossa imaginação mas sem Vasco Granja, poderíamos ser os mesmos adultos que somos hoje, mas nunca teríamos sido as mesmas crianças.
Obrigado Senhor Vasco do Boné, fui muito feliz consigo.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Quando o luxo vem sem etiqueta...
encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a
tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora de
ponta matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos
traseuntes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos
maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas
num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais
de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde
os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares.
A experiência, gravada em ví deo, mostra homens e mulheres de andar
rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no
pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo
jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor,
contexto e arte.
Conclusão: estamos habituados a dar valor às coisas quando estão num contexto.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem
etiqueta de glamour.
Somente uma mulher reconheceu a música...
Não há razões para alarme!
Mas entretanto, façam o que os Doutores recomendarem.
domingo, 3 de maio de 2009
Da inveja e do ódio na política
Perante este compromisso com a estabilidade, Sócrates iniciou um processo de consolidação das contas públicas e de reforma dos sectores públicos mais críticos: dar sustentabilidade à segurança social, fazer da inovação tecnológica um desígnio nacional, mobilizar os Portugueses para a sociedade do conhecimento através dos programas Novas Oportunidades, e-escolas e e-escolinhas, por fim desburocratizar o Estado, por força de um programa de simplificação administrativa e de redução dos custos de contexto para a actividade económica nunca antes visto.
No final dos três primeiros anos de mandato, os resultados começaram a surgir e Portugal estava, de novo, no caminho da convergência económica e social.
Vieram, no entanto, a partir de 2008, diversas crises: primeiro, a crise dos combustíveis, depois a crise financeira e, por fim, em consequência daquelas duas, uma grave crise económica e social.
Vieram igualmente os primeiros sinais de ódio e de inveja contra o Primeiro-Ministro. Não estão em causa apenas as políticas corajosas e justas que Sócrates tem adoptado, que gera ódios em sectores sensíveis da nossa sociedade (magistraturas, sindicatos, classes profissionais com relevo). Está igualmente em causa a personalidade e a liderança firme, obstinada e progressista do Primeiro-Ministro, que gera invejas pessoais, em particular daqueles que tiveram a oportunidade e o devido tempo para governar Portugal. Acontece que José Sócrates não é um político conformista e dará sempre o melhor de si até ao fim. Esperem, por isso, por algumas surpresas nos próximos tempos.
Vergonhosa metáfora
Ou a qualquer ser humano.
Mas convém dizer que Vital Moreira não é nenhum menino de coro.
E o PS também não é um grupo de meninos de coro...
Escolher um "independente"(???) para liderar a delegação do partido à manifestação do 1º de Maio é bem a demonstração do calibre dos dirigentes do PS.
E não é um "independente"(???) qualquer, é um indivíduo com uma forte animosidade contra os sindicatos e contra qualquer grupo organizado de profissionais.
É um estudioso da regulação mas que destila ódio pelas organizações que o fazem.
É uma espécie de D. Quixote contra o que intitula de "corporações"...
Uma escolha perfeita, portanto, para chefiar uma acção de camp... (perdão)uma delegação do PS no 1º de Maio.
E claro que meia dúzia de cabeças ocas do PCP, ex-camaradas de Vital, caíram na esparrela e não se inibiram de passar das palavras aos actos.
Vital até já tinha o discurso estudado: "Ah e tal, a Marinha Grande...".
E face ao historial do PS, felizmente não se lembrou de fazer a metáfora com Matosinhos...
A vitimização de Sócrates passa agora à vitimização de Vital, depois de ter passado pela mini-vitimização de Candal.
Falta imaginação na máquina eleitoral do PS.
Com Jorge Coelho ocupado a construir auto-estradas não tem sido fácil...
O pecado original do PCP.
O PCP, demorou 50 anos a perceber que o povo português pouco tinha de operário e ainda menos de revolucionário. Durante 50 anos conspirou contra o fascismo, mas pouco mais lhe fez que meras cócegas. Foi o primeiro inclusive a ajudar a propria PIDE na caça aos esquerdalhos, que no dealbar da ditadura, já se atreviam a por umas bombitas aqui e acolá. O Dr. Álvaro Cunhal que não admitia ingerências na oposição ao regime, nem abdicava da liderança do partido que, em causa própria, julgava ser o único com legitimidade moral para a protagonizar.
Assim, quando o movimento dos capitães resolveu tratar do “Estado a que isto chegou” (como o disse Salgueiro Maia na madrugada de 25/04/74), o PCP talvez perdido entre Moscovo, Paris e Bucareste, já havia perdido o comboio da história de Portugal. Foi tanto assim, que o próprio Álvaro Cunhal, só chegou a Santa Apolónia pela certa, vários dias após a revolução dos cravos ter triunfado.
O PCP tinha avaliado mal o povo português no tempo da resistência anti-fascista e acabou por ver um punhado de capitães fazer o que ele manifestamente sempre propalou mas nunca sequer verdadeiramente tentou, derrubar o Estado Novo!
Finda a ditadura, deposto o regime, só havia um partido verdadeiramente organizado e instalado no País. Metodicamente o PCP saía da clandestinidade e tomava as rédeas soltas de uma festa que convinha ser dirigida a preceito da vontade do internacionalismo soviético.
Com o 25 de Abril o PCP tinha aprendido que o povo português era sereno, e que mais depressa saia à rua com uma flor na lapela, do que com uma foice e um martelo nas mãos. Apesar do Gonçalvismo e dos aventureirismos sociais-fascistas do PREC, por conta do desenlace do 25 de Novembro, os comunistas lá aceitaram ir a votos à moda da democracia burguesas ocidentais. Resultado, o povo soberano nem sequer lhe confiou 20%, o velho partido da resistência anti-fascista via ex-deputados da defunta Assembleia Nacional granjearem mais simpatia popular do que os seus dirigentes ex-tarrafalistas.
O PCP tinha avaliado mal o povo português no tempo do processo revolucionário em curso e acabou como terceira força politica do novo espectro eleitoral. Para mais, desbaratou o apoio dos militares que ainda tinha com arma de manga no dia 25/11/75.
Mais tarde, o país quis modernizar-se, abrir as portas à Europa, corrigir os sérios prejuízos que a nacionalização a metro do tecido produtivo nacional tinha trazido para a eficiência da nossa economia. O PCP, foi sempre contra todos os passos que nos tornaram naquilo que nunca deveríamos ter deixado de ser: um país europeu!
“A cortina de ferro” caiu, e o PCP escolheu criticar aqueles que derrubaram o “muro da vergonha”. O “centralismo democrático” imposto a gosto dos fiéis estalinistas leninistas prevaleceu dentro do próprio partido, e este, pouco a pouco, sangrou para as forças democráticas de esquerda, os seus melhores pensadores e activistas.
O PCP tinha avaliado mal a história do séc. XX e tinha ficado isolado na esquerda europeia.
O PCP tinha avaliado mal os seus próprios quadros, e negando as evidencias colocou homens de bem de mal com a sua consciência cívica e politica.
Por fim o PCP, julgou saber interpretar melhor que quaisquer outros a natureza do povo português, e por força do aparente sucesso na escolha de um Secretário Geral que claramente empatiza como as franjas menos alfabetizadas do eleitorado, foi-se mantendo à tona do seu limiar de persistência, nos elogios à tomada do Palácio de Inverno em 1917.
Assim chegamos aos dias de hoje e á actual crise do sistema capitalista. Crê agora, o PCP, que estão criadas as condições suficientes para a agitação social (que a seu tempo não deixará de ajudar a acicatar) para ter o poder que as urnas sempre negaram aos comunistas.
O PCP avalia mal o capitalismo, pois daqui a 3 anos (no pior dos cenários) este ressurgirá como um sistema mais limpo, ainda mais produtivo, ainda mais eficiente. Logo, um capitalismo mais querido pelas pessoas.
Mas será este o pecado de avaliação do PCP?
Talvez no caso presente o PCP esteja por fim avaliar bem a situação. Se calhar talvez saiba que esta crise não vai durar para sempre. Para os fins e propósitos da instauração de uma sociedade comunista, há que aproveitar o momento e ajudar a criar todas as situações possíveis de destabilização da paz social, um factor, que o PCP sabe ser crítico para a recuperação geral do sistema.
Neste contexto, compreendesse o cavalgar da onda de violência que se abateu sobre Vital Moreira. O PCP não pode trair os camaradas que chamaram traidor ao homem que é socialista de sempre mas que atempadamente escolheu enveredar pela via democrática para fazer valer os seus ideais. Pelo contrário, o PCP julga que aquela horda de analfabetos cívicos, que mancharam de vergonha o dia do trabalhador, é representante de um Portugal oprimido que com o devido incentivo e direcção puderam um dia dar ao PCP a revolução que o PCP nunca foi capaz de fazer.
O pecado original do Partido Comunista Português é que de “português” sempre teve muito pouco. O PC não compreende o povo que pretende dirigir. O “Homem Novo” soviético, nunca existiu nem existirá num povo de brandos costumes e mais brandas convicções. Num país que tem Verão de Maio a Outubro, tem bom peixe, bom vinho e bom sol, não há muito tempo para ler o “Das Kapital”.
O PCP de hoje continua a reinterpretar a cartilha de Álvaro Cunhal, o homem curtido pela solitária de Peniche, sovietizado pelo exílio, e moldou um partido à imagem da sua desconfiança no ser humano.
O PCP é um partido que se diz virginal, sem pecados, num país em que toda a gente sabe que toda a gente peca.
O PCP é um partido escuro, como as caves da clandestinidade que na prática nunca abandonou na totalidade. Portugal, pode até já não ser o Portugal da aldeia da roupa branca, mas já é muito mais o País das “festas de branco” das noites estivais algarvias, do que da o da festivaleira quermesse do Avante.
O PCP não é na verdade abreviatura para Partido Comunista Português, é o antes para Pacto Clandestino Passadista. O PCP, são ainda muitos homens e mulheres (felizmente cada vez menos) organizados num delirante colectivo de dor e ódio, que bondosamente conspiram contra tudo aquilo que os seus concidadãos teimosamente não desistem de preservar.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Democratas de Todo o País Uni-vos!
PSD, BE e CDS-PP repudiaram de imediato o que aconteceu esta tarde, em plenas comemorações da CGTP.
Jerónimo de Sousa apenas disse: “Não vi!” E outro comentário não houve da parte do Secretário-geral do Partido Comunista Português às agressões de que foi vitima hoje o seu ex-camarada Vital Moreira
O 1º de Maio, em Portugal, marca momentos únicos de definição política e da própria historia.
No primeiro 1º de Maio, a grande manifestação do Portugal social que enterrou definitivamente o fascismo acabado de depor.
No segundo 1º de Maio, o demarcar de águas entre aqueles que queriam uma sociedade justa mas livre e democrática e o PCP que pretendia a sovietização da revolução dos cravos.
O sindicalismo português e o seu dia por excelência, nunca esteve pura e simplesmente ao serviço dos trabalhadores. Por razões que todos conhecemos os sindicatos, tanto os afectos ao PCP como os que nasceram para lhes fazer sempre frente, nunca foram independentes.
35 anos depois da génese do status quo sindical português já era tempo para a maturação da autonomia dos sindicatos relativamente à luta politica partidária.
35 anos depois, o PCP continua igual a si mesmo, uma organização estalinista que não hesita em incitar as franjas mais frágeis da sociedade até à violência, se esta lhe convir. Perante a violência perpetrada por indivíduos provavelmente afectos ao PCP, mas com certeza sindicalizados na CGTP, não há pedidos de desculpa, não há solidariedade democrática.
O 1º de Maio em Portugal e no Mundo é o feriado dos feriados, é o grande dia da fraternidade dos trabalhadores, dos homens dignos que fazem para ter.
O 25 de Novembro, em Portugal também deveria ser feriado. O grande dia da vitória da liberdade, do progresso e da tolerância sobre os cobardes que hoje agrediram Vital Moreira.
Mais uma vez o 1º de Maio em Portugal, marca bem o que é o Partido Comunista Português e o que é a CGTP Intersindical.
Como seriam todos os 1º de Maio em Portugal se o PC fosse poder?
O povo é sereno mas às vezes descontrola-se...
Vi há pouco as imagens na RTP Notícias - que são por si só bem reveladoras - e não me parece que seja esta a melhor forma de celebrar o Dia do Trabalhador ou de promover os direitos dos trabalhadores nestes tempos de grave crise social.
De qualquer forma, este é um sinal do estado de tensão social que se vive actualmente em Portugal. Carvalho da Silva acha que os partidos políticos devem retirar "um ensinamento" deste incidente. Da minha parte, também acho que os líderes sindicais devem ter consciência de que as dificuldades dos trabalhadores não se resolvem, exaceberdando ou acicatando essas dificuldades, como tem vindo a acontecer infelizmente.