segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mais um aviso à nossa navegação.

Era hoje notícia Sol a importância estratégica dos investimentos em agricultura. Está na hora de devolver a terra às pessoas que nela trabalhavam, sob pena de também nesse campo ficarmos dependentes dos alimentos produzidos no estrangeiro. Tem-se feito um caminho louvável no que respeita à implementação de soluções que visam diminuir a nossa dependência energética do exterior. Um país sem agricultura, ou que a trata mal, em troco de subsídios que dão uns dinheiritos a curto prazo, fica nas "mãos" da produção vinda do exterior. Além de que começa a comer somente aquilo que os outros exportam, e ao preço que eles bem querem.

Relatório avisa para aumento dos preços de alimentos nos próximos anos
A recente queda dos preços dos alimentos é «apenas temporária e o preço dos bens alimentares tende a aumentar», alertou a Chatham House, num estudo hoje divulgado

«É preciso antecipar já uma futura crise alimentar», refere a Chatham House no relatório «a Alimentação dos 9 mil milhões: Segurança Global dos Alimentos no século XX».O autor do relatório, Alex Evans, considerou que «apesar de serem produzidos bens suficientes para alimentar toda a população, há quase mil milhões de pessoas a passar fome e o mesmo número a sofrer de obesidade».Estima-se que em 2030, a produção de bens alimentares tenha duplicado, mas que «as mudanças climáticas, a escassez de água e a competição pelo território dificultem este objectivo», refere o estudo da Chatham House.O relatório recomenda um «maior investimento na agricultura, sobretudo nos pequenos agricultores, alterar as regras de mercado, melhorando a segurança dos países importadores, e a criação de uma nova Agência Internacional para os Alimentos para gerir melhor o sistema global de reservas alimentares e para proteger os produtos alimentares de futuros aumentos».
Lusa/SOL

É caso para dizer - depois da casa roubada, trancas à porta!

2 comentários:

André Miranda disse...

Amigo,
963 milhões de pessoas continuam a ter fome ou a passar graves carências alimentares de acordo com dados da FAO (organização da ONU) e, como diz, a Chatham House seremos 9 mil milhões de bocas para alimentar em 2050 (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1357557&idCanal=62).
Há comida para toda a gente? Há energia suficiente para toda a gente? Pela primeira vez, a Terra aproximar-se dos limites das suas capacidades, quando nos terrenos aráveis teremos de optar entre cereais para comer ou biocombustíveis para nos movermos ou para produzirmos electricidade.

Paulo Fontes disse...

pois... eu acho que a grande questão do próximo século será não quanto poderemos crescer mas mais quanto poderemos abdicar para que outros cresçam...

Provavelmente estará na altura de fazer um downsizing às economias ocidentais e eliminar o supérfluo. se não o fizermos então poderemos mesmo entrar num "clash of civilizations"