quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Alegre ou triste? Uma amena cavacada.


"Encontro das esquerdas", tanto espalhafato para quê?
1. Manuel Alegre quer criar um novo partido.
2. Manuel Alegre quer ser presidente da República.
3. Manuel Alegre quer aparecer na televisão.
A terceira hipótese, aceito-a como motivação supletiva de um ego que não cabe dentro do homem, um homem à imagem dos seus livros: grandes em alma, parcos em trabalho.
Apesar dos pesares, não se daria então a tanto labor, só para "aparecer", o seu "mais de um milhão de votos" fazem-no sonhar mais alto.
A primeira hipótese, anda ele a tentar convencer toda a gente, que é o que de facto pretende. Bluff de um velho jogador. Quereria o Bloco um Bloco geriatrico à compita? E seria para isso que havia patrocinado estes badalados "encontros das esquerdas"? Estaria o camarada Carvalho da Silva presente no germinar de semelhante organização? Temo bem que a esta hora, tanto o secretário-geral da CGTP como Francisco Louçã, saibam bem mais das reais intenções do deputado poeta do que o próprio PS, do qual o Manuel Alegre se vai afastando por questões "sanitário-politicas".
Mas será assim mesmo, ou estaremos nós a assistir a uma gigantesca encenação?
Onde está o perigo para a maioria absoluta do Partido Socialista, à esquerda ou à direita?
Afrontamento do governo com Belém por causa dos Açores, tanto espalhafato para quê?
E se um PS aparentemente esquizofrénico conseguisse ser em si mesmo e para o eleitorado de esquerda, o seu tutor e o seu carrasco?
Reparem:
Pode o PS de Sócrates estar contra Alegre?
- Pode, mas não deve.
Pode o PS de Sócrates estar contra Cavaco?
- Pode, mas não deve.
E se o PS de Soares estiver, como está, com Alegre e geneticamente contra Cavaco? Deve o PS de Sócrates estar contra Cavaco, agradar "discretamente" a Alegre e apontar já às Presidenciais de 2011 com as legislativas de 2009 sempre em "ponto de mira"?
- Deve estar, pode estar, e desconfio que está.
Os efeitos positivos, à esquerda, que um afrontamento com Belém pode trazer para o PS já no cenário das legislativas, são o efeito cénico que faltava para conforto dos corações mais à esquerda. Algumas medidas de carácter mais social, e uma pequena perseguição à alta finança à boca das eleições, serão os últimos retoques no "virar à esquerda" exigido por Alegre e acalentado pelo verdadeiro eleitorado PS.
Sócrates, Rui Pereira e Augusto Santos Silva, por vezes roçam a genialidade na estratégia politica, e Manuel Alegre será o candidato de todas as "esquerdas", PS incluído, às Presidenciais de 2011.

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