quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Não sabemos mais que um miúdo de 10 Anos...!


Faz-me confusão toda esta instabilidade e incerteza que se vive no mundo ocidental nos dias de hoje. São, desde há cerca de um ano a esta parte, inúmeras as fatalidades e adversidades que têm acontecido em vectores fulcrais da economia mundial. Vão desde o imobiliário à energia passando pelo sector financeiro (mercado de capitais, banca e seguros).

Quando começamos a discutir as causas e soluções dos problemas que afectam os pilares da nossa sociedade, e que de certa forma já começam a beliscar a confiança das pessoas no próprio sistema, existem diversos pontos que são unânimes. Todos nós já percebemos o que está mal, os comportamentos que provavelmente teremos de mudar. Aliás, até se atribui muitas das culpas à especulação, e por vezes a uma certa usura descontrolada. Relembro que no passado longínquo era proibido a usura. Hoje temos as "Cofidis" a emprestar dinheiro a 28% ao ano. Depois dá asneira, as pessoas não têm capacidade para servir a dívida, as empresas financeiras entram em dificuldades de liquidez, os bancos centrais, e o estado por vezes intervêm. Recorremos à máxima sempre conveniente – lucros privados, prejuízos públicos…

Durante os últimos trinta anos viveu-se, de uma forma geral, com a sensação virtual, de que o mundo é linear. Ou seja, todos os anos as pessoas viviam melhor que no ano anterior, as empresas cresciam nos seus lucros constantemente, o PIB dos países crescia, ainda que às vezes de forma moderada, sendo o céu o limite… Ora isto não só não é verdade, como é insustentável, por muito que gostássemos, e que contrariemos legitimamente esta tendência.

Mas para variar ninguém ligou, as pessoas, empresas e estados sabia que isto não era eterno, mas pensaram, que não era para ligar nem para tomar medidas. Antes pelo contrário gastaram, e consumiram como se não houvesse amanhã. Portámo-nos na maioria como se fossemos um miúdo de dez anos, que além de ter o conhecimento limitado, não tem maturidade, nem experiência de vida. Logo tem desculpa para cometer certos erros. Nós, os adultos que tomamos as decisões que por vezes comprometem as gerações dos dito miúdos, Não!

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