segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tentativa de entendimento...

Meus Caros,

Parece-me que teremos assuntos muito mais interessantes para debater do que o RIR...

Depois da troca de argumentos que temos tido, aqui deixo um post que não é da minha autoria, mas que creio ser um retrato bastante equilibrado (embora um pouco longo) e poder constituir um ponto de entendimento comum sobre o tema.

Afinal, com o campeonato à porta, uma verdadeira oposição e o RIR só em 2010...

Cito:

Em "defesa" do Rock in Rio

Objecto de elogios mas também de muita maledicência, este é sem dúvida o maior festival de música que se realiza no nosso país. Mas será este festival um “lobo” com pele de “cordeiro”? Uma “máquina capitalista” escondida por de trás de uma “instituição” de causas sociais? Eis o que é (a meu ver) o Rock in Rio Lisboa:

Passada já a “loucura” do Rock in Rio, passemos um outro olhar sobre este festival. Em primeiro, reavivemos um pouco as memórias sobre as origens deste. O Rock in Rio teve a sua primeira edição em 1985 no Rio de Janeiro, em 10 dias recebeu cerca de 1 milhão e 300 mil pessoas. Idealizado por Roberto Medina, viria a receber o título de “maior festival de música do mundo” por equivaler a 5 Woodstocks.

Em plenos anos 80, numa época de esplendor do Rock, o festival terá adquirido o nome de “Rock in Rio” por ser este o género musical que mais massas atraía, e divulgar para essas massas o objectivo (ou co-objectivo) de um mundo melhor. Com o passar das edições, o Rock perdeu massas para outros estilos, e as fronteiras do festival abriram-se sobretudo à POP, Britney Spears participou na edição de 2001. Sendo o Rock in Rio já uma referência importantíssima no universo dos festivais de música, não faria muito sentido mudar o nome, gerou-se então assim uma espécie de “marca”.

Em 2004, é dado o primeiro passo para o segundo “sonho” de Roberto Medina, a internacionalização do festival, a chegada a Lisboa. Com algumas reticências por parte da crítica o nome não muda para “Rock in Lisbon”, pelo facto de o nome do festival ser já uma marca, apenas se acrescenta Lisboa. Como é sabido, desde então tem-se realizado de dois em dois anos com elevado grau de sucesso. Agora sejamos realistas, ninguém acredita, nem é bandeira da organização que o festival SÓ se realiza “Por um mundo melhor” ou por puro amor à música.

O Rock in Rio, tal como a grande maioria dos festivais tem uma promotora por de trás, neste caso o “clã” Medina. E é óbvio que ninguém quer investir milhões para perder dinheiro. Um dos objectivos passa por chegar ao maior número de pessoas possível, para isso são propostos dias mais ou menos temáticos, com artistas e bandas de renome e bastante populares. Quanto mais gente, mais dinheiro entra, e quanto maior for o lucro maior é a ajuda para causas sociais. Uma das acusações mais frequentes ao RiR, é de que é um festival capitalista e de que é um centro comercial a céu aberto.

Mas… um festival desta magnitude organiza-se com que dinheiro? …com apoios do Ministério da Cultura não é de certeza. Tem publicidade excessiva? … talvez, mas os patrocinadores também têm de tirar contrapartidas, merecem publicidade adequada ao dinheiro que investem (e que não deve ser pouco). Mas o mais cómico da situação é que outros festivais que inclusive têm marcas implícitas no nome não recebem tão frequentemente críticas dessas. “ SUPER BOCK SUPER ROCK”, “ OPTIMUS ALIVE” ou “SUDOESTE TMN “, não são também estes festivais capitalistas? …não têm também promotoras por de trás a quem interessa lucrar? ..apoiam causas sociais? …ou são apenas feitos por “amor à música”?

Como não temos acesso ao orçamento do RiR não poderemos avaliar se o dinheiro e bens doados às causas sociais é pouco ou muito, mas pelo menos algo é. Segundo dados do site oficial, a edição de 2004 contou com um investimento de 25 milhões de euros.

Mas vejamos alguns dos resultados do projecto “Por um mundo melhor”: # abertura de 10 salas de estimulação sensorial para crianças em todo o país, cinco atribuídas à ACAPO para crianças invisuais e amblíopes e as outras cinco atribuídas a crianças com deficiência mental e stress pós-traumático de várias CERCIs. Luiz Felipe Scolari e Mercedes Balsemão da SIC Esperança, foram os responsáveis pela selecção das instituições, foram beneficiados os projectos "Crescer Sentindo" da ACAPO e "Snoloezelen" das Cercis de Pombal, Caldas da Rainha, Fafe, Corroios e Macedo de Cavaleiros. As salas foram foram inauguradas antes do Festival começar, mediante um adiantamento de 150 mil euros entregue pela Better World , produtora do evento e pela BP. #em 2004 o RiR recebeu o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, através da Campanha "Teams to End Poverty", o RiR pôde doar mais de 660 mil euros para crianças de 45 países em vias de desenvolvimento através do trabalho da Plan International-Chilreach . # em Portugal, também pela mediação da SIC Esperança, os números apontam para 2700 crianças beneficiadas em todo o país. # em 2006, tendo em conta a campanha “Carbono Zero”, foram contabilizadas todas as emissões de carbono lançadas pelo festival, entre deslocações de artistas participantes e das cerca de 380 mil pessoas que visitaram o festival, que foram compensadas com a plantação de 18.900 árvores (choupos, pinheiros bravos e mansos) numa área de 18 hectares da Tapada Militar de Mafra, para repor a vegetação ardida em Setembro de 2003. #durante a edição deste ano o aquecimento global foi a principal causa invocada, durante o festival foram passadas várias mensagens de como travar as alterações climáticas.

Se isto é muito ou pouco tendo em conta os lucros do festival, isso não sabemos, mas que isto contribui para um mundo melhor, isso contribui. Fazendo ainda referência a outra crítica frequente, o preço dos bilhetes, 53 euros é caro? …acho que não. Que custa a dar? …à maioria custa. Mas se tivermos em conta de que pagamos em média 30 a 35 euros por um concerto, e que num dia assistimos a 4 concertos de artistas na maioria de nome internacional (embora não agrade a todos) e de elevados cachês, tenda electrónica com Djs de renome, palco secundário com bons artistas nacionais, as várias despesas, a segurança e a excelente organização (compare-se com o Creamfields no mesmo espaço e semelhante preço), é mesmo assim tão caro? Em suma, trata-se apenas de uma visão pessoal do Rock in Rio, que julgo correcta, não vejo este festival como um “santo” mas também não o vejo como um “lobo” com pele de “cordeiro”. Quem gosta vai (Eu Fui!), quem não gosta não vai e faz como eu em relação aos festivais a onde não vou, não digo bem nem mal.

Fontes: rockinrio-lisboa.sapo.pt
www.impresa.pt/esperanca/esperanca DN.sapo.pt
pipo_blitz Segunda, 16 de Junho às 15:46

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