quinta-feira, 6 de março de 2008

Fazer um comício de resposta será a melhor opção?


Na sequência de manifestações de carácter local, avizinha-se a maior manifestação de sempre de professores... na televisão anunciam-se mais de 25.000 professores já inscritos junto dos sindicatos para vir no próximo sábado para as ruas de Lisboa contestar as recentes medidas do Governo no sector da educação (estatuto da carreira docentes, aulas suplementares, avaliação do desempenho, ...) e é ainda incerto saber quantos mais se juntarão aos professores - é muito provável que outros sectores descontentes também apareçam para reforçar o coro de protestos.
A manifestação do próximo sábado representa, pois, um teste decisivo para a resistência e a firmeza da política educativa do duo José Sócrates-Maria de Lurdes Rodrigues. Resta saber se esta manifestação - como todas as manifestações que aspiram a ser "as grandes manifestações" - não constitui o ponto óptimo do braço de ferro que nos tem acompanhado nas últimas semanas? Mantendo-se o Primeiro-Ministro (e por que não dizer também o Presidente da República?) firme na manutenção das políticas sob contestação, qual a margem de progressão dos protestos? Terão os professores fôlego para se manter mobilizados indefinidamente? Terão os novos movimentos de professores, mobilizados por e-mail ou SMS, capacidade de manter o mesmo dinamismo?
Perante tudo isto, não se compreende a estratégia da estrutura nacional do Partido Socialista de convocar um comício também ele nacional para o sábado seguinte, dia 15 de Março, no Porto? Não dará este pretenso contra-golpe o alento necessário aos professores para continuar a contestação? Mesmo que não seja esse o objectivo pretendido... estou certo de que todos farão essa leitura política... e os professores não descartarão a oportunidade de se manter "no ar".
A propósito: já alguém sabe a posição do "líder da oposição" Manuel Alegre sobre esta matéria? Aquando dos levantamentos populares por causa do encerramento de maternidades e de falsos serviços de urgência, a sua intervenção crítica foi decisiva para a preparação da remodelação do final do mês de Janeiro.

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