Na trigésima e antepenúltima página do jornal Público de hoje - quem é que ainda dará €1 por dois míseros cadernos de papel de jornal -, lá bem no canto inferior e interior da página, o Público declara que errou. E errou em quê? Discretamente o Público declara:
“Na secção Sobe e Desce de ontem, onde se escreveu, a propósito da reacção do executivo ao caso Mário Crespo - não é próprio de um Governo falar sobre anonimato - deveria ter sido escrito - não é próprio de um Governo falar sob anonimato. Por outro lado, refere-se a existência de um Ministério dos Assuntos Parlamentares quando de facto existe apenas um gabinete dos ministro dos Assuntos Parlamentares (até o Word assinala o erro). Pelo lapso as nossas desculpas.”
Pois é, mas as desculpas do Público não deveriam ficar por aqui. Quem não sabe distinguir o que está por cima do que está por baixo, naturalmente também não conhecerá o livro de estilos do próprio jornal, tão bajulado pelos dirigentes da Sonaecom, quanto ignorado na justa medidas pelos jornalistas do próprio. Senão vejamos, até neste pedido de desculpas o “Ministério” aparece em maiúscula, já o “gabinete do ministro” não merece essa dignidade. “Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares”, esta é a designação oficial e institucional da unidade orgânica do Governo. É assim que é publicado e reconhecido em Diário da República e em todo o lado, menos pelo Público…
O Público está à beira do abismo da irrelevância, mas não hesita em dar contínuos passos em frente. Os erros de forma podem ser o espelho da incompetência que por lá grassa, mas os erros de conteúdo, as invenções e intentonas de que tristemente tem sido veículo são o espelho de coisas mais graves.
Na notícia que deu azo a este patético pedido de desculpas, um “erro” cobarde foi cometido e mais cobardemente ainda ignorado ou até com este "Público erro" camuflado. O "take" da agencia Lusa que dá conta da reacção do Ministro dos Assuntos Parlamentares ao texto de Mário Crespo (editado no site oficial do PSD), é bastante claro quando cita a fonte: “fonte do Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares”. Ora, a não ser que a informação seja extraída à revelia do Ministro, dos seus assessores e adjuntos, coisa que não foi, o anonimato nunca é pedido e desafio os jornalistas do Público a provarem o contrário. A fonte era, e sempre foi, o Gabinete, logo, o Ministro. O Público foi o único meio de informação que delirantemente “teve acesso” a uma “fonte anónima” no Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares quando todos os outros meios puderam citar,e com toda a legitimidade, o “Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares”.
O Público inventa a tal “fonte anónima” e faz pior: critica o Ministro por supostamente “falar sob (não sobre) anonimato”. Os jornalistas do Público com esta capciosa manipulação, mais do que revelarem a sua incompetência ética e técnica, revelam a sua agenda e motivações políticas pessoais.
Nos dias que correm sabemos que a vida não está fácil, e que convém agradar ao patrão, mas se essa é a primeira preocupação dos jornalistas do Público então que solicitem transferência para o Departamento de Marketing do Continente, os leitores do jornal, e os assadores de castanhas que o usam para fazer cartuchos, apenas exigem as devidas desculpas pelas fraudulentas manipulações que forjaram.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
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3 comentários:
O pânico de que dão mostras só pode ter origem no imenso medo que têm do PS.
Porque será?
A que acordo o Governo terá faltado?
Que telhados de vidro obrigam a Sonaecom a fazer figura de afogado?
Será que o número de empresas fachadas à conta das hipermercearias vai ser revelado?
Ou então temem deixar de ter acesso à informação privilegiada que permitiu, em menos de uma geração, e a par de imensas falências, a acumulação de uma das grandes fortunas de Europa?
Estou indeciso entre dar uma volta no carrossel ou comprar o Publico para embrulhar umas castanhas...
Pois..
O Publico engana-se numas maiusculas: Eh um problema de Estado..
O Ministro das financas engana-se(???) a calcular o defice:
Esta tudo bem...
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