terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Calhandra é um passeriforme! Asinino!


Calhandra é o nome comum dado a certas aves europeias da família das alaudídeas, a mesma que a da cotovia. No Brasil também é empregado regionalmente para designar certas espécies de sabiás (espécie de cotovia da América do Sul). “Calhandrices” são portanto, coisas próprias da calhandra. E o que é próprio da calhandra? Esvoaçar por aqui e ali sempre a piar, sempre! Acampem ao pé de um ninho de cotovias a ver se conseguem dormir a sesta.
No Brasil há uma expressão popular comummente utilizada e que reza assim: Quando se quer justificar determinada informação a que não deveríamos ter acesso, mas salvaguardando a identidade da fonte, em bom “brasileiro” dizemos: "-Veio um sabiá e disse!".
Hoje li no Público uma critica negativa ao Ministro dos Assuntos Parlamentares por "usar este tipo de linguagem" referindo-se ao uso do termo "calhandrices" a propósito da “fofoca” do momento. Provavelmente o jornalista Luciano Alvarez, terá lido o comunicado da Lusa a correr e sem o devido cuidado e atenção, onde havia passaritos ruidosos, terá porventura vislumbrado canalhas ou similares… Quero acreditar que terá sido este o caso. Melhor assim. Canalhice seria tentar emprestar a um termo do melhor português um significado que ele não tem, contribuindo para o desengano de juízo e empobrecimento cultural dos leitores do jornal Público.
Cara Barbara Reis, como directora deste jornal que já foi uma referencia interpelo-a: de que valem ao Público editoriais encarniçados na defesa do português mais arcaico, recusando um acordo ortográfico essencial à própria sobrevivência do Português, quando a linguagem é paupérrima e trabalhada e interpretada por jornalistas medíocres que sequer dominam a ferramenta da sua profissão?

1 comentário:

Anónimo disse...

e falar sobre aquilo que realmente interessa?