terça-feira, 7 de julho de 2009
O internacional catolicismo.
- De pé ou vitimas da fé, de pé famélicos da ordem!
Podiam ser estas as primeiras frases do hino para a nova “autoridade politica mundial?”
Na encíclica “Caritas in veritate” ontem revelada, o Chefe de Estado do estado do Vaticano, defende a criação de uma “verdadeira autoridade politica mundial” com um “grau superior de organização à escala do governo da mundialização”. Na prática, uma estrutura politica global que acompanhe a globalização económica e cultural em curso.
Visão de futuro?
Ao Estado do Vaticano nada mais pode interessar do que a religião. É, por assim dizer, o seu “core business”. Da boa administração do seu capital místico e espiritual resulta a influencia que resta ao Papa para se imiscuir nos assuntos mais prosaicos da coisa terrena. Como pode vir o Papa criticar explicitamente o modelo da ONU, apresentar modelos de boa governação a estados laicos ou a outros embora religiosos mas não católicos, quando a Igreja Católica perde milhares de fieis a cada dia que passa? Quando a Igreja Católica Apostólica Romana falha deliberadamente no diálogo ecuménico com as outras religiões?
“In veritate” porque não propõe o Papa uma única religião global para todo o Mundo? Uma religião pela qual matar ou morrer não faria qualquer sentido de tão despojada dos bens e poderes materiais, de tão independente dos interesses dos homens.
Se os sacerdotes não sabem resolver os problemas da religião o que os leva a crer que são capazes de resolver os problemas da política e da economia? Se é a paz e progresso que se quer, que se acabem de vez com os ataques às poucas instituições que ainda vão garantindo algum desse progresso e paz como é o caso da ONU.
É preciso reformar a ONU, a UE, os EUA, a OTAN, a OCDE, o MERCOSUL, etc.? Sem dúvida!
Mas para Ratzinger deveria ser muitíssimo mais urgente reformar uma instituição mergulhada numa crise muitíssimo mais profunda, a Igreja Católica!
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