segunda-feira, 8 de junho de 2009
B(S)E
Louçã disse-o ontem e tinha razão, o único partido que aumentou a sua base eleitoral nestas eleições foi o Bloco de Esquerda.
A noite de ontem foi uma grande noite para o BE, uma noite de festa. Até o Rui Miguel Tavares vai para a Europa. O Público perde um bom cronista, o Bloco ganha um deputado que prevejo menos brilhante.
O BE está a crescer consistentemente, a sua base eleitoral está consolidada e a partir de hoje jamais poderá ser encarado como a "ovelha negra" do espectro partidário português.
O BE é o 3º maior partido português.
O BE veio para ficar.
Mas com mais maturidade, com mais poder,vem a responsabilidade. O BE para evitar a PRDização, tem que passar a apresentar-se ao eleitorado não só como aquele partido que aponta o problema mas acima de tudo como o partido que tem a solução.
E que soluções tem o BE para os problemas do País?
Que ministérios devem ser governados pelo Francisco Louçã, pelo Miguel Portas ou pelo Luis Fazenda?
O BE tem o seu percurso anti-sistema, mas e agora?
Ainda é cedo. As legislativas só são no final do ano, mas o momento é decisivo para o Bloco e para o País. A decisão é de todos nós, mas mais relevantemente daqueles que votaram agora Bloco de Esquerda pela 1ª vez.
O BE quando apareceu apresentou-se como o anti-biótico do sistema partidário português, uma reinterpretação de fazer politica à esquerda, imune às infecções próprias de quem já esteve no poder. Cumpriu o papel a que se prestou, e o eleitorado recompensou-o por isso. Mas, como todas os anti-bíoticos vivos (e o BE está bem vivo!), se o "bichinho" for em demasia, arriscamos sofrer da patologia que pretendíamos curar. Com o risco acrescido de debilitarmos ainda mais as nossas defesas naturais.
Ninguém toma antibiótico por substituição de vitaminas.
Os portugueses têm até Outubro/Novembro para decidirem se querem arriscar a doença dos votos loucos.
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1 comentário:
Caro Félix, como sempre acutilante. O BE não se apresentou como o anti-biótico do sistema partidário português por dá cá aquela palha. O BE (os seus fundadores, patrocinadores e apoiantes) souberam ler a tendência demográfica do país. Ou seja perceberam que independentemente do seu posicionamento no espectro político, tinham de como eleitorado a população urbana e jovem. Os seus pares por sinal estavam agarrados à herança histórica, quer seja cultural ou ideológica, não tendo grande espaço de manobra para inflexões. Quando as fazem vê-se o que lhes acontece... Acabo dizendo que à parte de tudo o resto, incluindo que não me revejo na ideologia do Bloco, Francisco Louça vai metendo o dedo nas feridas que o Governo deixa abertas, e na maioria das vezes com mais mestria que qualquer outro deputado da oposição. Isto misturado com o seu eleitorado urbano fixo pode-se tornar um caso sério... Abraço.
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