segunda-feira, 8 de junho de 2009

A minha (des)leitura eleitoral

Abstençao - inúmeras explicações ouvi de politologos, comentadores, opinion makers e pseudos. Eu resumo a minha opiniao à primeira intervençao da porta voz do Bloco de Esquerda, como reacçao às primeiras projecçoes. Começou por dizer que se podiam tirar 2 ilações positivas dos resultados, primeiro que o PS tinha perdido e segundo que o BE tinha aumentado a sua participaçao. Entramos num periodo de política, em que as derrotas do meu adversário sao mais importantes que as minhas proprias vitorias. De uma maneira mais ou menos “polite” as declaraçoes de todas as outra forças partidárias foram neste sentido.
A politica da destruiçao e da descredibilizaçao do adversário, esta na moda.
Um politico ja nao tem que ser bom, apenas menos mau que o seu adversário.
Lembro-me quando era criança e chegava a casa com um “Satisfaz”, e a minha mae perguntava-me porque razao nao tinha um “Satisfaz Bem” e que colegas tinham tido essa boa nota. Tentava sempre responder com aqueles meus colegas que tinham obtido piores resultados que o meu. Nesse tempo tinha 7 ou 8 anos, mas rapido tive de aprender que tinha de ser melhor que os melhores e nao apenas que, ter alguem pior que eu seria uma conquista ou uma alegria. Já diz o meu Avô: "Junta-te aos bons e serás como eles, junta-te aos maus e serás pior que eles".
Como cidadao eleitor “praticante”, nao vi conteudo em nenhum discurso, debate, frase ou slogan. Votar em quem e para quem, se nao me representam, nao me servem e nao me identificam? Votar em branco, nulo ou abster nao significa um pouco o mesmo?
Acusam-nos de nao percebermos a importancia do voto, da opçao que temos, da liberdade, da igualdade. Nao serão mais os nossos politicos que nao percebem a importancia do voto que lhes dámos??? E ou daquele que nos abestemos de dar???
Vejo e revejo os festejos, um conjunto de pessoas aos saltos numa sede de um partido, tal e qual um estadio de futebol. Apenas faltou os famosos cânticos: "Socratés... Caraxxxx, Caraxxx", ou melhor "Nós só queremos ver xxx a arder".
Sempre considerei a classe politica, um grupo de cidadaos comuns, que apenas divergem dos demais pela decisao de enveredar pela vida politica. Mas tal como eu, na minha vida profissional quando tenho uma conquista, quando sou promovido, nao me ponho as saltos para os demais verem e a insultar os meus pares, com grande contentamento assumo a nova responsabilidade e comporto-me à sua altura, hoje depois do "festival de ontem" tenho dúvidas, do que considero... Faltará muito para tempo para ser necessário um cordao policial em volta das sedes a evitar enfrentamentos de "claques", perdao apoiantes partidários?
Por favor, dignifiquem as vossas funçoes e sejam dignos dos votos que ainda recebem, se querem quem sabe de futuro receberao aqueles que desta vez deixámos no bolso.

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