segunda-feira, 4 de maio de 2009

Quando o luxo vem sem etiqueta...




O rapaz desce na estação de metro vestindo jeans, t-shirt e boné,
encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a
tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora de
ponta matinal.

Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos
traseuntes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos
maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas
num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais
de 3 milhões de dólares.

Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde
os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares.

A experiência, gravada em ví deo, mostra homens e mulheres de andar
rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no
pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo
jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor,
contexto e arte.

Conclusão: estamos habituados a dar valor às coisas quando estão num contexto.

Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem
etiqueta de glamour.
Somente uma mulher reconheceu a música...

3 comentários:

Lacão disse...

Muito bom este post!

Jorge Marcedo disse...

Oh Viegas, conseguiste o impossível: fazer o Sr. Lacão concordar com o que quer que seja. É que bastava dizeres que o Sócrates também gosta de ouvir Bell e o teu post já era muito mau, seguidista, tendencioso...

Lacão disse...

Só disse que estava muito bom, porque é claro na imagem que nos transeuntes que passam sem se apreceber de nada, se identificam claramente o Socrates, o palerma ministro da propaganda e o ministro palermóide da maizena.