sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Subprime (versao nao financeiros)

Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou gerou a crise americana, segue breve relato económico para leigo entender...

É assim:
O Ti Joaquim tem uma tasca, na Vila do Carrapato, e decide que vai vender copos 'fiados'aos seus leais fregueses, uns borracholas, outros desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tintol e da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do Ti Joaquim, um ousado administrador com um MBA muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo negociável, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o 'fiado' dos pinguços como garantia.
Uns seis ézécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e transformamnos em Warrants, CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que nem todos sabem exactamente o que quer dizer.
Esses produtos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Joaquim). Esses derivados vão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os borracholas de Vila do Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Joaquim vai à falência.

E toda a cadeia sifu...deu. Viu... é muito simples...!!!

3 comentários:

Luís Viegas disse...

Essa já sabia, ó meu! É por essas e por outras que me questiono se vale de facto a pena tirar os ditos Émebiei's. Há malta menos ofensiva para a sociedade no ramo do "Car Jaquim".

Abraços!!!

André Ponte disse...

Moral da história: ser borrachola é que rende...

Nuno Félix disse...

Os esquemas de Piramide não são praticas comercias proibidas?