quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Economistas contra a subida de salários


Era notícia hoje no diário económico que os economistas eram contra a subida de salários, o que escandalizou tanto os sindicatos que estão a negociar com o governo e restantes parceiros sociais o peso relativo da sua subida, como e acima de tudo, indignou os assalariados. Sobretudo aqueles com ordenados baixos.

Eu sei que é impopular que se diga que não há espaço para subir salários. Sei também que em Portugal se ganha em média pouco, e que a subida de preços que se tem vindo a verificar, esmaga as famílias ao ponto de lhes tirar alguma liberdade económica, tão necessária para nos sentirmos felizes enquanto pessoas. Mas de facto, é um acto de responsabilidade indexar o que as pessoas ganham à sua produtividade. E quanto a isso não temos dúvidas, nós temos sido um país que em média tem um índice de produtividade baixo.

Mas ninguém gosta de descer de cavalo para burro. E as pessoas ficam angustiadas e chateadas quando vêem o seu poder de compra diminuir, ou quando pura e simplesmente não ganham o suficiente para ter uma vida digna. O erro foi cometido em meados dos anos 90 quando, jorravam milhões de Bruxelas e os políticos não cederam à tentação de aumentar os salários sem ter em conta o aumento da produtividade. Foi a criação do chamado “Monstro”, que agora, e de à uns anos a esta parte tem vindo a ser desfeito, aos poucos, e de uma forma suave. Para ainda assim as famílias e empresas poderem viver apenas da riqueza que produzem. Eu sei que é uma realidade triste. Mas enquanto não trabalharmos bem e com qualidade seremos um país pobre, e consequentemente com salários baixos. Doa a quem doer…

PS – Só mais uma nota de rodapé: para aqueles que lhes custa entrar isto na cabeça. Quanto mais se aumenta a massa salarial de uma economia, mais se está a contribuir para que a espiral de subida da inflação aumente. Neste cenário o nosso poder de compra tenderá sempre a diminuir, independentemente de ganharmos mais, pois o nosso dinheiro valerá cada vez menos…

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