Para muitos inevitável, para outros indesejável e para outros improvável. O que vão dizer e fazer agora os governos e os reguladores financeiros europeus?
Pois bem, o Fortis, maior banco belga e com grandes ligações ao Millenium BCP, vai ser parcialmente nacionalizado custando 11.200 milhões de euros aos erários dos estados belga, holandês e luxemburguês, evitando, assim, a declaração de insolvência. No caso do Fortis, não foram apenas os créditos problemáticos, também se fala em falta de capacidade financeira para assumir a quota-parte de responsabilidade no negócio de tomada de controlo do banco holandês ABN-AMRO.
Por outro lado, no Reino Unido, depois do Northern Rock, o Bradford & Bingley estava também à beira de ser objecto de controlo estatal. Adivinhem qual era a especialidade deste banco comercial? Emprestar dinheiro a senhorios para comprarem imóveis para arrendamento. Mais um facto curioso: David Cameron, líder do Partido Conservador, na oposição, já se manifestou contra qualquer nacionalização por ser prejudicial para os contribuintes. Essa vai ser outra consequência ainda não previsível desta crise: até que limite os contribuintes-eleitores vão tolerar a socialização dos prejuízos dos bancos privados?
Os novos sinais deste domingo são claros: a crise chegou à Europa e vai começar a fazer estragos porque não podemos esquecer que o fenómeno financeiro, em particular o bancário, é feito de interdependências, seja em participações cruzadas, seja em partilha de riscos em negócios e parcerias conjuntas. É que não são só as economias que estão interligadas por força da globalização. Também o universo financeiro é quase plenamente globalizado e, por isso, se as instituições fundadoras mais importantes do sistema caírem, também as outras virão atrás como um castelo de cartas.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
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