sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Este ano não há incêndios?


Fizeram-me esta pergunta ontem à noite... será, mesmo?
Desde que entrámos na chamada "fase Charlie" em 1 de Julho passado, não é de estranhar que a comunicação social não nos encha os telejornais de notícias sobre incêndios, queimadas e outros fogachos? Ou o calor do Verão este ano está mais sereno (também 2007 já havia sido um ano calmo) ou então os senhores jornalistas preferem dar cobertura a assaltos a ourivesarias e a postos de combustíveis.
Critérios jornalísticos, "por supuesto". Só se fala daquilo que corre mal. Porventura, a acção preventiva dos incêndios está a ser mais eficaz do que nunca e a comunicação social deve achar que só interesse mostrar a nossa floresta a arder. Gostaria de saber como estão a ser gastos os meus impostos na defesa da floresta e no combate aos incêndios, a forma como os bombeiros - dizem - estão mais e melhor preparados e os meios áreos que estão contratados para atacar os incêndios.

Mais boas notícias...


O dia corre bem... directamente de Pequim para Lisboa.

Acabo de saber que um dos mais importantes símbolos lisboetas está de volta: o 2.º pilar do Cais das Colunas foi hoje reerguido e os trabalhos da sua recolocação estarão concluídos até 15 de Setembro. Afinal, ainda podemos desfrutar da frente ribeirinha de Lisboa. Antecipo desde já uma visita no próximo Outono, de preferência bem acompanhado.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Do 8 ao 80...


E bastou Nélson Évora saltar 17,67 metros para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 passarem a ser a melhor participação de sempre de Portugal neste evento desportivo...

Com uma medalha de prata e outra de ouro, a Portugal ultrapassa as duas de prata e uma de bronze de Atenas2004, bem como a de ouro e a de bronze de Atlanta1996, a de ouro e duas de bronze de Los Angeles2004, a de ouro de Seul1988 e as duas de bronze de Sydney2000.
A três dias do final dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Portugal passou a contar com uma medalha de ouro, uma de prata e 28 pontos. Ainda, assim, bem longe do objectivo de quatro medalhas e 60 pontos estabelecido pelo Comité Olímpico de Portugal.

Já podemos passar da psicose nacional à euforia nacional!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Má Partilha


Só para terem uma ideia da importância da palavra partilha, se a escreverem no Wikipédia português, encontram zero resultados da vossa pesquisa. Quando é que se houve falar em partilha(s), a primeira vez nas nossas vidas? É quando alguém morre, familiar (avô, avó, tio sem herdeiros, ou outro qualquer ente, que tenha ligação familiar com os nosso pais) e por sinal deixou alguns bens, que necessitam de ser divididos pelos herdeiros. Geralmente, quanto maior o espólio, maior a dificuldade de entendimento, e mais penoso é o processo das partilhas.

Mas este processo de partilha é, mais um processo de divisão. Pois, também sabemos, vivemos ou já vimos através de alguém, que depois do processo concluído, cada um fica com as suas coisas. Fazendo sentido mais uma vez a utilização da palavra divisão. E de facto tem sido disto que se tem tratado…

Faz parte da nossa matriz cultural, do nosso paradigma sócio económico, que o sistema de recompensas seja em face do mérito, e visa premiar os bons resultados. É um bom modelo, que ainda por cima depois tem mecanismos de redistribuir riqueza pelos mais desfavorecidos, através da tributação da riqueza produzida por este sistema.

Tem sido também apanágio do modelo económico ocidental onde o capitalismo e o liberalismo estão instituídos, a concentração de riqueza em cada vez menos agentes económicos e o aumento das assimetrias entre os povos. O fosso entre os ricos e os pobres é cada vez maior. E atenção, isto não é demagogia…

Uma vez, vi num qualquer canal de televisão um programa que caracterizava a vida de um tipo de Ursos, que vivia algures no continente norte-americano, e que para comer iam pescar à mão salmão que apanhava em contra-corrente num rio (daqueles com fortes correntes). Então, eles posicionavam-se dentro do rio a pescar. Mas nem todos estavam a pescar, havia um ou outro que se limitava a roubar à descarada, o produto da pescaria do outro Urso. Não sei se simplesmente por malandrice, ou pelo facto de todos os bons sítios para pescar estarem tomados.
Continua…

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

¿Preplexidade?

Dois estudos sobre a mesma matérias, duas conclusões diametralmente opostas, a mesma autora. No estudo encomendado pela ANA - Aeroportos de Portugal, a Boston Consulting Group (BCG) considera que uma gestão independente do aeroporto Sá Carneiro seria prejudicial para os contribuintes e para os passageiros. Em simultâneo, a mesma BCG, desta vez num estudo pago pelo consórcio formado pela Sonae e a Soares da Costa, defende a separação do aeroporto do Porto da rede da ANA, sustentando que o modelo de gestão autónoma desta infra-estrutura é a que melhor defende os interesses da região Norte, dos contribuintes e dos passageiros."Estamos perplexos. Como é possível que a mesma entidade chegue a duas conclusões diferentes?", começou por reagir fonte do consórcio privado nortenho ao Jornal de Negócios.
Publico.pt @ 7 de Agosto 2008
Tantos outros estudos, sobre OTA's, TGV's, Hospitais, Autoestradas, Portagens...
será que o resultado dos diferentes estudos foram os favoráveis aos desejos de cada um das entidades pagadoras?
nao será este tipo de consultoria, apenas uma forma de tentativa de credibilizaçao de um opiniao ou vontade existente?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Parabéns, Muad'Dib!


sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A montanha pariu um rato

Embora ainda esteja por terras de "nuestros hermanos", a grande expectativa gerada à volta de uma mensagem anunciada com tanta antecedencia e no maior secretismo levou-me a procurar um sitio onde pudesse acompanhar em directo as palavras do Presidente da Republica.
Imagino o quanto se especulou em Portugal sobre esta intervençao em pleno periodo estival. Da minha parte, já suspeitava de que ele iria falar do estatuto da Regiao Autónoma dos Açores mas com um discurso um pouco diferente.
Nao vou agora entrar numa análise desse estatuto - já o fiz há muito tempo e desde logo imaginei o actual cenário - uma vez que o que vale a pena é olhar para a intervençao do Presidente da República.
Uma desilusao completa! Foi para uma mensagem com aquele conteúdo que Cavaco obrigou, imagino, milhares de Portugueses a sair mais cedo da praia?
O estatuto da Regiao Autónoma dos Açores, aprovado pela Assembleia da República e proposto pelo Governo Regional dos Açores, é indiscutivelmente inconstitucional. O que Cavaco deveria ter explicado aos Portugueses nao eram as "tecnicalidades" do estatuto e os detalhes de como implícita e subrepticiamente a Regiao Autónoma dos Açores pretendeu ir mais longe do que a autonomia que aquele território (bem como o da Madeira) têm vindo a ganhar, especialmente reforçada na revisao constitucional de 2004. O que Cavaco deveria ter explicado aos Portugueses era a mensagem política sobre a coexistência dos interesses regionais e o aprofundamento da autonomia das Regioes Autónomas com a unidade nacional e com a manutençao de Portugal como um Estado unitário. A mensagem nao deveria ter tido um conteúdo jurídico como teve (para isso, já interveio o Tribunal Constitucional na semana passada) mas sim um conteúdo político sobre a importância da unidade nacional. Mas esse é um terreno em que Cavaco se encontra fragilizado depois do vexame a que se submeteu quando se deslocou à Madeira em visita oficial. Todos nos recordamos dessa visita...
Imaginei que Cavaco fosse adiar as eleiçoes regionais que se vao realizar nos Açores em Outubro e, por isso, a necessidade de uma mensagem ao País. Imaginei que esse adiamento fosse acompanhado de uma interpelaçao aos órgaos regionais para reflectirem as suas aspiraçoes agora tornadas malogradas.
Tanto tabu para isto, senhor Presidente?
O recado que veio dar deveria ter sido mais explicitamente dirigido à nossa Assembleia da República que, diga-se, com o beneplacito de todos os partidos, aprovou o estatuto agora declarado inconstitucional pelo Tribunal Constitucional. Toda a gente sabe que este estatuto nao foi discutido como deveria ter sido porque ninguém pretendeu introduzir no debate político nacional a questao do actual nível de autonomia regional. Sobretudo o PS e o PSD contribuiram para essa indiferença.