terça-feira, 27 de maio de 2008
A Estratégia ao Serviço do Entretenimento
Optimus Alive 2008
Acho a imagem do festival muito bem conseguida. Está diferente, inovadora, não sei se é propositado a posicionamento city outside. Ou seja a imagem do festival parece um festival no meio de um descampado e não um festival citadino. Mais do que qualquer um da concorrência (SBSR e RiR, ou até o Creamfields) que têm uma imagem claramente de festival urbano.
O Festival Alive precisava de se diferenciar, para não fazer um “ataque frontal” ao(s) líder(es). Pois geralmente quem o faz, na maioria das vezes as coisas têm tudo para correr mal. Demonstra inteligência e o bom uso da estratégia ao serviço dos objectivos da empresa.
Vamos ver o que o futuro lhes reserva…
Uma outra nota vai para um comentário do blogue do Alive:
"A publicidade e os patrocínios sempre souberam usar uma dada imagética para ligarem os produtos a experiências culturais ou sociais positivas. (...) O efeito, se não mesmo a intenção original, da indústria mais avançada das marcas, é empurrar a cultura anfitriã para segundo plano e transformar a marca na estrela. (...) Com demasiada frequência, contudo, a natureza expansiva do processo de criação de marcas acaba por provocar a usurpação do evento, criando uma situação em que todos ficam a perder. Os fans começam a ter uma sensação de alienação (se não mesmo de verdadeiro ressentimento) em relação a eventos culturais que outrora acarinhavam."
-Naomi Klein, em "No Logo"
Sobre a qual a minha opinião é a seguinte
Percebo o comentário. Contudo isso é uma visão do consumidor que não sabe que para poder pagar 45€ por um bilhete de um festival com condições e montado de raiz, tem de haver patrocínios e/ou subsídios. É claro que ao consumidor isso pouco importa. E cabe também às marcas e organizações dos festivais que alienam(uns) e exploram (outros) um conceito chave-na-mão , preservar o conceito em si, não defraudar o consumidor final. Resumindo conseguir fazer as coisas subtilmente, para não secar a “fonte” e fazer com que os verdadeiros patrocinadores do evento – o público, não se sinta defraudo, e “dê de frosques”.
Enfim, lá diz o ditado – não há bela sem senão.
Um exemplo equilibrado por ora desse compromisso é o FMM de Sines.
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