A economia mundial e o sistema financeiro enfrentam uma crise original, daquelas que obrigam a repensar as certezas sobre o funcionamento da economia e a organização das várias instituições. Prova disto é a confusão generalizada: os optimistas dos mercados acham que o pior já passou, ao passo que Greenspan e Soros anunciam o fim do mundo – é a pior crise desde a Grande Depressão ou desde a II Guerra Mundial, consoante a versão.
Primeiro que tudo, é melhor deixar a política orçamental fora disto. Embora tenha consequências óbvias sobre a economia real, esta é uma crise financeira. Aumentar a despesa pública ou baixar os impostos apenas servirá para colocar mais pressão na inflação, agravar défices orçamentais e externos. No fundo, aumentar o nível de endividamento dos países que terá de ser pago mais cedo ou mais tarde. Vai tomar-se um analgésico para atenuar a dor no presente, mas vão criar-se problemas para o futuro.Segundo, tiques regulatórios. O pilar base desta crise chama-se desconfiança. Com a liberalização e globalização do sistema financeiro internacional, ninguém sabe o que se passa na casa do vizinho. Os bancos têm medo de emprestar dinheiro aos outros bancos, o que está a criar os problemas de liquidez que vêm do Verão passado. Isto resolve-se atacando de frente as causas da desconfiança. Mas há um perigo: o remédio ser demasiado forte.Os políticos vão cair em tiques autoritários. É normal. Perante a crise e a reclamação do eleitorado, querem apresentar resultados. Assim, espera-se legislação e mais legislação para regulamentar tudo e mais alguma coisa. Os bancos centrais terão poderes reforçados. Mas é preciso ter cuidado e calibrar as medidas.Há actividades satélite na área financeira que actualmente estão em terra de ninguém. Essas têm obviamente que ser regulamentadas. As agências de ‘rating’ também têm que ter uma atitude mais responsável. No entanto, não se pode matar o doente com a cura. Tem que se preservar o funcionamento dos mercados financeiros e a sua capacidade de inovação, que foi um dos factores responsáveis pelo período de crescimento económico vivido até agora.Pede-se, portanto, sensibilidade e bom senso aos políticos europeus nas tentativas de resolução da crise. Se calhar era boa ideia não fazer nada para já. Esperar para perceber os reais contornos do problema e depois atacar. Até porque atacar o quê, e como? Se calcular o risco é possível, e de certa forma, temos mecanismos à nossa disposição para nos defender dos diversos cenários, já a incerteza é demasiado subjectiva, e não passível de cálculos objectivos que nos permitam de certa forma que passos dar no presente sem comprometer o futuro imediato. Ou seja precisamos de líderes com competências em astrologia, ou pelo menos que sejam visionários, e acima de tudo que consigam motivar as populações de que o caminho escolhido é o certo.
Primeiro que tudo, é melhor deixar a política orçamental fora disto. Embora tenha consequências óbvias sobre a economia real, esta é uma crise financeira. Aumentar a despesa pública ou baixar os impostos apenas servirá para colocar mais pressão na inflação, agravar défices orçamentais e externos. No fundo, aumentar o nível de endividamento dos países que terá de ser pago mais cedo ou mais tarde. Vai tomar-se um analgésico para atenuar a dor no presente, mas vão criar-se problemas para o futuro.Segundo, tiques regulatórios. O pilar base desta crise chama-se desconfiança. Com a liberalização e globalização do sistema financeiro internacional, ninguém sabe o que se passa na casa do vizinho. Os bancos têm medo de emprestar dinheiro aos outros bancos, o que está a criar os problemas de liquidez que vêm do Verão passado. Isto resolve-se atacando de frente as causas da desconfiança. Mas há um perigo: o remédio ser demasiado forte.Os políticos vão cair em tiques autoritários. É normal. Perante a crise e a reclamação do eleitorado, querem apresentar resultados. Assim, espera-se legislação e mais legislação para regulamentar tudo e mais alguma coisa. Os bancos centrais terão poderes reforçados. Mas é preciso ter cuidado e calibrar as medidas.Há actividades satélite na área financeira que actualmente estão em terra de ninguém. Essas têm obviamente que ser regulamentadas. As agências de ‘rating’ também têm que ter uma atitude mais responsável. No entanto, não se pode matar o doente com a cura. Tem que se preservar o funcionamento dos mercados financeiros e a sua capacidade de inovação, que foi um dos factores responsáveis pelo período de crescimento económico vivido até agora.Pede-se, portanto, sensibilidade e bom senso aos políticos europeus nas tentativas de resolução da crise. Se calhar era boa ideia não fazer nada para já. Esperar para perceber os reais contornos do problema e depois atacar. Até porque atacar o quê, e como? Se calcular o risco é possível, e de certa forma, temos mecanismos à nossa disposição para nos defender dos diversos cenários, já a incerteza é demasiado subjectiva, e não passível de cálculos objectivos que nos permitam de certa forma que passos dar no presente sem comprometer o futuro imediato. Ou seja precisamos de líderes com competências em astrologia, ou pelo menos que sejam visionários, e acima de tudo que consigam motivar as populações de que o caminho escolhido é o certo.
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