quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O PSD e a sustentabilidade do SNS

"Há de ser gente que está ou esteve com a mão na massa", disse hoje a Deputada Clara Carneiro do PSD à saída da reunião da Comissão de Saúde que decidiu aprovar um requerimento do PSD para ouvir diversas personalidades sobre a "sustentabilidade financeira do SNS".

O PSD tem vindo a dizer que quer reformar o Estado social porque este tornou-se insustentável e que não vale a pena acusarem o PSD de estar a tentar acabar com o SNS porque, no projecto de revisão constitucional já apresentado, é garantido que a ninguém pode ser negado o acesso aos cuidados de saúde por insuficiência económica".

Memória. Falta memória a este PSD. Memória do que se passou no PSD de Santana Lopes e no Orçamento do Estado para 2005 que este partido deixou. O PSD de Passos Coelho e Miguel Macedo já não se recorda mas o Orçamento do Estado para 2005 previa uma dotação deficitária para SNS que foi estimada 1,5 mil milhões de euros, a que o Governo PS teve de dar resposta.

Foi, por isso, o PSD que tentou aniquilar o funcionamento do SNS subdotando-o numa verba tão expressiva, algo que não mais veio acontecer. Isto sim é irresponsabilidade e total descontrolo das contas públicas. Proponho à Deputada Clara Carneiro que chame os responsáveis do Governo PSD-CDS pelo orçamento do SNS para 2005. Essa "gente" que conhece bem "a massa" com que se coze o orçamento do SNS.

A receita do PSD é clara: desorçamentar, suborçamentar e reduzir as verbas necessárias para que o SNS deixe de ser universal e tendencialmente gratuito. A alternativa do PSD é ter um SNS que preste serviços mínimos em plena sintonia com um Estado social mínimo.

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