quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Emissão de dívida pública dirigida às famílias


É hoje notícia no Diário Económico que o ministério das finanças está a ponderar, ou até mesmo, a preparar uma emissão de dívida pública dirigida aos particulares - famílias. A forma como o fará será a através de obrigações do tesouro. Estranho? Não. É até de alguma forma previsível. Senão vejamos. O orçamento de estado para 2010 é um "orçamento da confiança", ou seja, dentro dos possíveis, expansionista. Porém, a conjuntura económica, quer nacional - os principais indicadores são de preocupação, quer internacional, revela-se exigente e até contrária a esta tendência. O Governo por seu lado quer contrariar com os meios de que dispõe essa dura realidade, mas sabe que é difícil fazer "omeletes se ovos", ao mesmo tempo que também não será possível "agradar a gregos e troianos" - agentes económicos nacionais ao mesmo tempo que se agrada às agências de rating e demais observadores e investidores.

Logo, e com base neste conjunto de pressupostos e duras realidades 1) afinal o défice vai continuar elevado, o que não é um bom sinal para o exterior, tornando os financiamentos para a economia portuguesa mais caros, 2) o endividamento para continuar a política delineada, vai continuar a aumentar, 3) os encargos sociais, em virtude das políticas de criação e manutenção de postos de trabalho, assim como para os que infelizmente mergulham em situações de desemprego, também vai aumentar 4) é preciso arranjar dinheiro que pague isto, e de preferência de forma eficaz e eficiente.

A melhor maneira é internamente ir à procura das poupanças dos portugueses. Quem melhor para acreditar e defender as finanças nacionais, que os próprios portugueses? Depois, como o a taxa de juro dos depósitos a prazo está baixíssima, uma remuneração que seja um pouco melhor já é cativante, e o estado consegue os seus objectivos sem descurar a eficácia e eficiência.

Agora só uma nota, independentemente de concordar com o uso deste instrumento, não podemos fazê-lo de uma forma displicente, devendo estes fundos angariados ser aplicados com verdadeiro sentido de estado. Por enquanto ainda não um estado de emergência, mas se não nos acautelamos...

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