terça-feira, 29 de dezembro de 2009
E se as finanças fossem para o ebay?
Quem diz as finanças, diz a PSP, GNR, PJ, Correios, Alfândegas, Tribunais, etc. Quase todos os dias existem vendas em hasta pública ou leilões. Regra geral a ideia que me fica é que estas são sempre pouco divulgadas, pouco transparentes e para "connaisseurs".
O Estado de Rhode Island nos Estados Unidos teve a brilhante ideia de colocar recentemente à venda no ebay alguns dos artigos mais valiosos armazenados no seu "lost and found"... No ano anterior tinham já organizado um leilão online com 900 artigos que foram vendidos por um total de 370000 USD.
Mas pioneiro foi mesmo o Estado do Texas que desde 1999 já vendeu 475 000 itens, num total de 4.4 milhões de USD!
Mais detalhes podem ser lidos aqui
E que tal organizar algo de semelhante em Portugal? Não digo usar o ebay, mas sim um portal público que podesse concentrar toda a oferta.
Eu seria certamente cliente!
Para quem andar em transito pelo Ano Novo.
O vídeo que chegou ao YouTube resulta da primeira de três 'concentrações instantâneas' que tiveram lugar no dia 23. A Tap e a Ana pretendem repetir esta animação no final do ano.
Organizado pelo departamento de marketing da TAP, o evento foi gravado no dia 23 de Dezembro, às 06.45 e foi colocado no YouTube pelas próprias companhias, juntamente com outras gravações de pessoas que assistiram à flashmob. O resultado está no youtube e, nos primeiros três dias, tinha já sido visto 100 mil vezes. Hoje, tem mais de 200 mil visualizações. Mais barato e mais eficiente que qualquer anúncio de televisão. São os novos tempos... habituem-se!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Relembrar Prado Coelho
Precisa-se de matéria-prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a esperteza é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal e se tira um jornal, deixando os outros onde estão.
Pertenço ao país onde as empresas privadas são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa “Chico-Espertice Portuguesa” congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
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Prado Coelho
sábado, 26 de dezembro de 2009
Músicas que levo de 2009 para 2010
Sem qualquer ordem de preferência e apenas as que me vieram à cabeça...
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Tempos difíceis
A Grécia está a viver, em matéria de contas públicas, uma situação em tudo semelhante à vivida por Portugal e, 2005 na transição do Governo de Santana Lopes para o primeiro Governo de José Sócrates. O défice orçamental já vai em 12,7% o que aproxima a Grécia da bancarrota, havendo já quem aponte os exemplos do Dubai e da Islândia.
Mão amiga fez-me chegar algumas das nada meigas medidas urgentes que o novo Primeiro-Ministro Papandreou apresentou. Para além de medidas fiscais e de reforço da transparência e reestruturação do Estado, assinalo algumas das medidas adoptadas no plano da despesa:
- Corte de 10% no orçamento de funcionamento do Estado;
- Corte de 10% no orçamento da Seguranaça Social;
- Congelamento das admissões para o sector público em 2010 e a adopção a partir de 2011 da regra 5:1 (para 5 saídas, 1 entrada);
- Redução em 1/3 dos contratos a prazo no sector público;
- Congelamento dos salários acima de 2.000 euros e corte de 10% nos salários de todo o sector público;
- Encerramento de 1/3 dos postos de turismo no estrangeiro;
- Redução das despesas nas Forças Armadas;
- Redução de 50% dos salários dos gestores das empresas públicas.
- Extinção de serviços e organismos públicos;
- Supressão dos prémios para os administradores de bancos com capital público;
- Tributação dos prémios dos administradores da banca privada em 90%.
A vida não está nada fácil para os lados da península helénica... até porque apesar do esforço do novo Governo, os mercados financeiros continuam descrentes no plano apresentado para salvar a Grécia da bancarrota.
Mão amiga fez-me chegar algumas das nada meigas medidas urgentes que o novo Primeiro-Ministro Papandreou apresentou. Para além de medidas fiscais e de reforço da transparência e reestruturação do Estado, assinalo algumas das medidas adoptadas no plano da despesa:
- Corte de 10% no orçamento de funcionamento do Estado;
- Corte de 10% no orçamento da Seguranaça Social;
- Congelamento das admissões para o sector público em 2010 e a adopção a partir de 2011 da regra 5:1 (para 5 saídas, 1 entrada);
- Redução em 1/3 dos contratos a prazo no sector público;
- Congelamento dos salários acima de 2.000 euros e corte de 10% nos salários de todo o sector público;
- Encerramento de 1/3 dos postos de turismo no estrangeiro;
- Redução das despesas nas Forças Armadas;
- Redução de 50% dos salários dos gestores das empresas públicas.
- Extinção de serviços e organismos públicos;
- Supressão dos prémios para os administradores de bancos com capital público;
- Tributação dos prémios dos administradores da banca privada em 90%.
A vida não está nada fácil para os lados da península helénica... até porque apesar do esforço do novo Governo, os mercados financeiros continuam descrentes no plano apresentado para salvar a Grécia da bancarrota.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Nesta luta somos todos camaradas!
O PCP pediu hoje no Parlamento uma resposta "firme e exemplar" à decisão da Auto-Estradas do Atlântico de proibir contactos e distribuição de informação por sindicatos na empresa. Num "e-mail" assinado pelo supervisor de portagens lê-se que "na ausência de autorização adequada da AEA, não é permitido a qualquer entidade (sindical ou de outra natureza) realizar contactos, distribuir ou afixar informação dentro das instalações da empresa" e que "qualquer presença não autorizada não deve ser permitida e toda a informação distribuída clandestinamente deve ser destruída".
Nesta luta e nesta indignação somos todos “camaradas” porque “esta é uma atitude que deve indignar qualquer democrata”.
Nesta luta e nesta indignação somos todos “camaradas” porque “esta é uma atitude que deve indignar qualquer democrata”.
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Auto-estradas do Atlântico,
PCP
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Mais um exemplo de uma oposição responsável
Apesar de o Supremo Tribunal Administrativo ter decidido que a co-incineração de resíduos pode ser retomada em Souselas (Coimbra) porque não foi feita qualquer prova sobre os concretos prejuízos decorrentes na queima de resíduos perigosos naquela unidade industrial da Cimpor, eis senão quando surge o Bloco de Esquerda a ultrapassar esta decisão judicial.
Pois é, o Bloco de Esquerda vai apresentar uma iniciativa parlamentar para suspender definitivamente a co-incineração em Portugal e chega ao ponto de dizer: «Não é uma decisão do tribunal que nos vai fazer rever a nossa posição de oposição à co-incineração» (Rita Calvário à TSF).
Pior: o Bloco de Esquerda aponta o dedo ao Governo, que acusa de «teimosia em manter esta solução que é tão lesiva para as populações», ou seja, precisamente aquilo que o Supremo Tribunal Administrativo veio demonstrar não existir.
Realmente, o estado actual da oposição chegou a este ponto. Demagogia e oportunismo sem limites.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Esta Legislatura...
Esta legislatura ainda há pouco começou, mas já nos demonstrou que será diferente de todas as outras. Esta notícia é um exemplo, ainda que um sinal de voyeurismo ao estilo tablóide, do quão diferente está o parlamento. Contudo, penso que muito mais e melhor ainda está para vir....
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Cidadão ou sujeito de protecção da Polis?
Cada vez mais me confronto com este dilema: estamos a ser facilitadores de um processo de mobilidade social dos sujeitos alvo da intervenção social, garantindo a sua participação efectiva de cidadania na Polis; ou será que a nossa intervenção (apenas) protege do limiar da pobreza ou perigo circunstancial?
Este dilema é muito complexo e planetário, desde o “Consenso de Washington” há vinte anos, em que a generalidade dos Países do adoptaram o pacote de medidas neo-liberais proposto pelos Chigaco boys (escola da eficácia de Chicago), e que o paradigma de desenvolvimento económico e social se alterou, vivendo nós hoje, na minha opinião, na Sociedade da Eficácia.
Esta Sociedade da Eficácia e de uma bi-dimensionalidade psíquica, onde o mail, o powerpoint, o bentchmarketing, o out-sourcing, a gestão por objectivos, e aí por diante vieram substituir erradamente muito das questões fundamentais do relacionamento entre as pessoas, como o olhar olhos nos olhos, a empatia, e a afectividade.
Tomou-se a eficácia e este instrumentos (entre muitos outros) como um fim, esse é o erro capital, a eficácia assim como as correspondentes dinâmicas devem ser um meio de aumentar a sustentabilidade, de forma a garantir uma melhor coesão social, uma melhor equidade e uma maior transparência.
A Sociedade da eficácia pretende fazer mais com menos, e é muito generosa para quem está no topo da pirâmide, porem é madrasta para que está na base e que não consegue segurança na centrifugadora da competitividade. Os estados tentam que a base da pirâmide não caía numa situação de exclusão, mas será que proporcionará condições para virem a ser cidadãos da Polis?
A actual crise internacional veio por a nu as fragilidades evidentes deste modelo económico e social, em que a riqueza é um fim e não um meio; a atribuição do Nobel da Economia de 2008 a Paul Krugman que é altamente contestatário da Escola de Chicago, e a cimeira de Copenhaga são oportunidades para os Povos repensarem um novo modelo de desenvolvimento económico e social para o futuro, onde a sustentabilidade e a coesão deverão ser os alicerces.
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