quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A questão espanhola

De Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos, diz normalmente o ditado. Mas, depois de séculos de conflito e tensão permanente, Portugal e Espanha têm-se aproximado, tanto ao nível político como ao nível económico, e as relações entre os dois países têm frutificado.

Nem a propósito, já em 2010, celebram-se 25 anos de cimeiras luso-espanholas. Do lado português, estará presente nessa cimeira o Primeiro-Ministro que resultar das próximas eleições legislativas de 27 de Setembro.

E se o Primeiro-Ministro for - como não desejamos - Manuela Ferreira Leite? Não pode vir Manuela Ferreira Leite dizer que os entendimentos que resultam dessas cimeiras possam ser considerados como "meros acordos de princípios". As relações internacionais assentam no princípio de que os acordos são para cumprir e de que os Estados têm direito a esperar dos outros Estados o respeito e o cumprimento das respectivas obrigações.

Eu percebo que qualquer Primeiro-Ministro tem de defender, como é natural, os interesses nacionais, acima de quaisquer outros interesses. Acontece que no quadro da política externa nacional, a valorização e o aprofundamento de laços de amizade e cooperação com outros paísesc conduzem igualmente à prossecução dos nossos interesses nacionais.

As declarações infelizes de Manuela Ferreira Leite mostram que não está preparada para governar Portugal porque não é admissível que um Primeiro-Ministro possa ter uma posição tão declaradamente belicosa contra um Estado amigo como é Espanha.

A doutrina do "orgulhosamente sós" não tem espaço na nossa política externa e merecerá certamente a maior das incompreensões do lado espanho (veja-se este artigo de hoje do El País)

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