domingo, 6 de setembro de 2009

Pacheco Pereira: o falso profeta da verdade


Pacheco Pereira, curiosamente um dos principais actores e beneficiários do sistema mediático, julga que pode superiormente pensar que o comum dos cidadãos se esquecerá de dois episódios do seu passado político.

O primeiro: quando em 2002, Pacheco Pereira foi eurodeputado e teve simultaneamente o mandato de Deputado à Assembleia da República suspenso (repito: suspenso, por que não renunciou?) depois de ter sido eleito pelo Porto. Acha que isto é um comportamento ético válido? Acha que isto foi um comportamento transparente para os cidadãos? Acho que os cidadãos do Porto se sentiram respeitados?

O segundo: nos idos anos de 1993, Pacheco Pereira, então vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, é autor de uma proposta visando correr com os jornalistas dos corredores do Parlamento. Naturalmente, houve uma onda de protestos contra a ideia geneticamente pacheco-pereiriana de impedir os jornalistas de abordarem os deputados. Este caso não foi mais do que a maior tentativa de censura perpetrada na democracia portuguesa. Tanto mais que foi feita no auge do autoritarismo cavaquista. Felizmente, os jornalistas resistiram, a proposta foi bloqueada e Pacheco Pereira foi desautorizado.

Antes de falar do alto do seu suposto intelectualismo ético e moral relativamente à transparência da vida política e à forma como o poder político se relaciona com a comunicação social, Pacheco Pereira devia olhar-se ao espelho e ter bem presente estes dois episódios e perceber que não passa de ser, como disse hoje Alberto Martins na Convenção Nacional do PS, um falso profeta da verdade.

1 comentário:

Filipe G. Ramos disse...

Obrigado pelos seus esclarecimento.
Não fazia ideia que o JPP era assim tão amoral (sim, que outro nome dar ao imbecil?).