O Professor Jorge Miranda em entrevista à Visão manifesta a sua indisponibilidade para continuar candidato a Provedor de Justiça por uma "questão de dignidade pessoal".
Este desfecho e os dados que o Professor de Direito revela na entrevista são mais uma prova que ainda estamos muito longe da democracia inscrita na nossa lei fundamental. O Professor Jorge Miranda era indubitavelmente a pessoa indicada para o cargo, se dúvidas houvessem, foi ouvir os rasgados elogios que todas as bancadas sem excepção (PSD incluído), fizeram ao ex-candidato. O corporativismo partidário averba nova vitória, a méritocracia democrática terá que esperar. Até quando, estaremos, nós cidadãos, disponíveis para sustentar comportamentos medíocres como aqueles a que assistimos neste processo por parte do PSD? Perdemos todos, uma oportunidade única de termos a pessoa certa no melhor lugar para defender os nossos direitos constitucionais. E o que ganharam os partidos políticos com isto? Mais alguns sound bites na comunicação social? Quando os deputados abdicam da defesa os interesses dos cidadãos, substituindo-os por fúteis interesses estratégicos, mais do que inúteis tornam-se prejudiciais para a democracia. Nas votações para Provedor de Justiça, os deputados que optaram pela mais desresponsabilizante disciplina partidária, abdicando do livre arbítrio próprio das votações por voto secreto, provaram ser os medíocres que usurpam o sistema partidário nacional, e impedem em nome de todos, que todos tenhamos um futuro melhor. Um futuro de mérito ético e cientifico que pouquíssimos portugueses corporizam como o Professor Jorge Miranda.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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1 comentário:
Não é bonito "cuspir na sopa".
Na democracia não existem vitórias de medíocres e vitórias de iluminados.
Existem vitórias democráticas.
A derrota de Jorge Miranda foi realizada por voto secreto.
A verdade é que a candidatura de Jorge Miranda não entusiasmou.
Tenho até dúvidas que qualquer candidatura de Jorge Miranda possa entusiasmar alguém, que não um apaixonado pelas aventuras do Robinson Crusoe.
Não se pode extrapolar apoios e méritos, para o preenchimento de altos cargos a partir de elogios de circunstância que foram proferidos sobre o candidato derrotado.
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