quarta-feira, 22 de abril de 2009

O PSD aprende com o PCP


Quando a sociedade portuguesa luta contra as adversidades económicas num clima pacífico e cooperante todos conhecemos a táctica que o PCP põe sistematicamente em pratica:
1. Infiltração nos sindicatos.
2. Inflamação das reivindicações sectoriais e corporativas.
3. Promoção de manifestações publicas.
4. Critica ao governo com o argumento da agitação social que artificialmente criou.
5. Acusa o Governo de arrogância e autarcia por não mudar de rumo.

O PSD não tem a tradição nem a vocação para semelhantes alardes, os TSD não são mais do que um resquício da luta contra a unidade sindical, e hoje apenas mais um tentáculo para o controlo de carreiras e instituições públicas (nomeadamente autarquias).
Mas o que dizer sobre este clamor por um orçamento rectificativo?
Na boa tradição tecnocrática, o PSD acredita na agitação social por via de contas mal feitas.
Se a despesa está sobre controlo, o interesse do PSD na aparição de um orçamento rectificativo é meramente um: ter um argumento para dizer que o Governo falhou.
O PSD não está preocupado com as contas do Estado, o PSD está é preocupado com o estado das suas contas eleitorais.
Durante o partido laranja, muito por mérito de Cavaco Silva, ganhou a aura de “mestre das contas”, por oposição ao “mestres das forças de bloqueio” que eram por natureza os socialistas. Hoje essa aura desapareceu. A Dra. Manuela Ferreira Leite, como Ministra das Finanças, fez mais por isso do que qualquer outra pessoa. Para salvar a face, só mesmo a desgraça dos seus adversários. Para o português comum, haver, ou deixar de haver, orçamento rectificativo, nada muda o seu quotidiano. Para MFL é uma questão pessoal e uma desforra revanchista.
O orçamento rectificativo seria sempre desejado e reclamado pelo PSD independentemente da situação económica do país, ou da execução real dos gastos públicos.
Assim a táctica que o PSD aprendeu com o PCP foi adaptada para tecnocratês da seguinte forma:
1. Vota contra o Orçamento de Estado apresentado pelo Governo, seja qual ele for.
2. Prematuramente, avisa para a necessidade de um orçamento rectificativo.
3. Reivindica um orçamento rectificativo independentemente da execução do orçamento aprovado.
4. Critica o Governo por não lhe fazer a vontade.
5. Acusa o Governo de arrogância e autarcia por não mudar de rumo.

Tal como no caso das manifestações comunistas, o dia seguinte, corre como sempre, mas os últimos sound bites contra a “situação” vão moendo mais um pouco a autoridade democrática do Governo.

4 comentários:

Pedro Alb disse...

Caro Félix, como tenho pena de não termos registado as tuas opiniões sobre o comportamento do PS no final do terceiro mandato do Prof. Cavaco Silva.

Perto do que a picareta falante fez na altura, o PSD actual é apenas aprendiz de feiticeiro.

Centrando-nos na necessidade (ou não) de um orçamento rectificativo, não tenho condições para a julgar devidamente, mas o que dirás caso seja o próprio PS a acabar por avançar nesse sentido?

E sim, creio que o conceito de sentido de estado está para a actual classe política como a Física Quântica para um qualquer comentador desportivo.

Nuno Félix disse...

Qt à hipotese de vir a ser o PS a avançar para um Orçamento rectificativo, não teho quaisquer duvidas que caso venha a ser necessário o PS não deixará de fazer o que for necessário.Não nos esqueçamos que o PSD ainda só vai na Fase 2.
De resto concordo contigo, até o Rui Santos seria um lider de oposição mais eficiente.

Pedro Alb disse...

"Não tenho quaisquer dúvidas que caso venha a ser necessário o PS não deixará de fazer o que for necessário" - Let's wait and see how far this goes...

Curioso que onde eu escrevo classe política tu leias oposição...

Anónimo disse...

Bom, independentemente das razões ocultas de MFL, o país precisa ou não de um O Rectificativo?

estar a ver isto com uma tal furia pelo PSD e por MFL é q parece uma mágoa qq com o partido e a senhora da tua parte. Pareces o Santos Silva a falar. Isto não é um elogio...

Um pouco menos maniqueísta.

Abraço