terça-feira, 28 de abril de 2009

Entrevista de MFL a Mário Crespo: mais uma decepção


A dra.MFL voltou a aparecer nos palcos televisivos. Depois da entrevista à RTP em Janeiro, MFL voltou para mais uma entrevista sem história, desta vez na SIC e conduzida por um Mário Crespo muito brando:

1) A abrir, um equívoco sobre uma rasteira habilmente lançada por Mário Crespo: questionar MFL sobre um cenário de Bloco Central. Todos os telespectadores a viram dizer que não negaria uma colaboração se esta fosse necessária para o País e, depois, que se sentiria confortável com qualquer solução que permitisse uma conjugação de esforços coincidentes para o que MFL chamou de “objectivo País”. Mais tarde, veio dizer à LUSA que foi feita uma interpretação abusiva “porque como é sabido sempre recusei a hipótese de um governo de Bloco Central”. Esta MFL não muda nada. Também “o sempre disponível para falar à comunicação social Rangel” veio logo desmentir as declarações de MFL à SIC. Incontinência verbal de MFL ou arrependimento?

2) Passou-se à análise da parábola do “sequestro do futuro” desse teólogo da fé laranja chamado Rangel. Mais uma vez, ficou o País esclarecido com as propostas de MFL em matéria de emprego e crescimento económico. Parem-se os investimentos públicos e regressemos ao discurso da tanga. Mas não deixemos de entrar no domínio da demagogia. Gostei especialmente da ideia de que investir no TGV ou no Novo Aeroporto de Lisboa empobrece o País e compromete o apoio às “verdadeiras actividades que enriquecem o País”, isto é, o apoio às empresas e às famílias. Como se a acção do Estado estivesse reduzida a um maniqueísmo orçamental. Como pensa MFL criar empregos e estimular a economia nacional?

3) E o alargamento do abono de família, as bolsas para estudantes, a aposta na educação, o alargamento da escolaridade obrigatória, os aumentos dos pensionistas, os genéricos gratuitos, perguntou Mário Crespo. Aqui, como já é difícil dizer que se está no caminho errado, o que interessa é saber de onde veio o dinheiro, quanto é que custa. A ideia do apoio às famílias só serve para derrubar o TGV e o NAL. Quando há medidas muito concretas e benéficas para as famílias, o que interessa é lançar o descrédito sobre as mesmas, criticando-as pela falta de transparência e pela falta de resultados.

4) E a escolaridade obrigatória, dra. MFL? É matéria que não a preocupa porque nada vai ser feito. Se Durão Barroso achou útil, prometeu e nada fez, também não será José Sócrates que a concretizará. Mais uma vez, o que interessa não é discutir substantivamente as políticas públicas que podem levar este País para a frente. O que interessa é saber que, mesmo que este Portugalinho em que MFL pensa que vive “tivesse hipótese” de poder dar aos seus cidadãos mais jovens melhores qualificações para enfrentar o futuro, sempre haveria que primeiro que saber quanto custa, quantas escolas serão necessárias e quantos professores terão de ser recrutados. É o expoente máximo da tecnocracia!

Pelo menos, aprendeu bem a lição da democracia. E se perder, perguntou, no final da entrevista, Mário Crespo.” Se perder, perdi. Se ganhar, ganhei”.

1 comentário:

Nuno Félix disse...

Diria melhor: se MLF perder, perdeu ela. Se ganhar, perdemos todos.