quarta-feira, 4 de março de 2009
Guiné?! Pois é…
Com o assassinato do Presidente Nino Viera, o óbito foi declarado, não só ao homem mas também ao estado.
Foi uma decapitação que não teve sequer a dignidade de golpe de estado. Ao que tudo indica tudo não passou de um episódio de pura vendetta ao melhor estilo calabrês. Nino, que já havia decretado semelhante destino a muitos outros compatriotas seus, terá sido o autor moral do assassinato do chefe de estado-maior do exército guineense ocorrido há 3 dias. Desta vez, os militares respaldados nos meios que adquiriram através da protecção ao tráfego de droga, não se vergaram à violência de Nino e resolveram fazer justiça pelas próprias mãos. Toda a gente na Guiné sabe quem matou Nino e porque o mataram. No dia seguinte, ninguém o chora, e a vida em Bissau continua na mesma penosa e paupérrima normalidade. As altas chefias militares e da polícia, limitam-se a ilibar com toda a convicção tudo e todos. Afirmam, com a mesma desfaçatez, saber quem não cometeu o acto, como ignoram totalmente quem o possa ter cometido.
Guiné-Bissau, está condenada, geograficamente e historicamente (com grande responsabilidade para Portugal), à pobreza. A sua única saída será entregarem-se à papoila. Quanto ao povo guineense, o seu futuro parece não interessar a ninguém. Livraram-se de um tirano, ficarão às mãos de mil tiranetes, uma Somália em potencia.
Qual a salvação para este estado falhado?
Talvez só aconteça se um dia o problema do narcotráfico guineense conseguir chegar às escolas e liceus dos Estados Unidos e da União Europeia. Talvez ai a Guiné tenha direito a um tratamento semelhante ao que tem hoje uma Colômbia. Talvez então pelo meio do sangue do costume, talvez hajam alguns pães e alguns livros. O que fizemos pelo sonho de Amílcar Cabral?
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