Pegando num artigo (editorial para ser mais preciso) do Bruno Proença, subdirector do Diário Económico, dá para perceber que afinal as pessoas não se dão bem com a mudança. Pois perante grandes ameaças e desafios, trocamos sempre a ousadia pelas “receitas da avozinha”. Não sei se por mera incapacidade, se por afinal sermos todos mais conservadores do que afinal apregoamos.
Frases como – “é o fim do mundo tal como o conhecemos” por Manuel Pinho; “it’s the end of the world as we knew it” por R.E.M.; ou “change we need” por Barack Obama e “Yes We Can” by the american people – que comummente temos ouvido nos últimos tempos, são afinal jargão de uma ala que se diz reformista, mas que ousa pouco (pelo menos não o suficiente)… Até porque podemos fazer asneira e perder o nosso "poleiro". Ou seja são sinais de uma evidência, que todos assumem como necessária, mas que ninguém quer assumir a "despesa".
É difícil tirar os sistemas e as pessoas da sua área de conforto, dos seus paradigmas mais que estudados…
“Depois da excitação global à volta da vitória de Barack Obama, ontem ocorreram três acontecimentos que resgataram o mundo do sonho e trouxeram-no de volta à realidade.E esta não é bonita: a crise está para durar. O Fundo Monetário Internacional veio dizer oficialmente aquilo que todos suspeitavam: a economia mundial vai entrar em recessão, arrastada pelo mundo desenvolvido. O Fundo reviu novamente em baixo as suas previsões e diz agora que Estados Unidos, Japão e Europa vão ter uma quebra no PIB no próximo ano.As bolsas continuam no vermelho. Desde o início da semana estão com quedas na ordem dos 5%. Os investidores continuam nervosos com os maus resultados das empresas e não vislumbram nada que os tranquilize. Nem sequer a agressividade dos banqueiros centrais. O Banco Central Europeu e o Banco de Inglaterra cortaram as suas taxas directoras, tentando injectar confiança e energia na economia. Os mercados nem mexeram. Os gráficos dos índices mantiveram a linha descendente. Agora que estão livres do colete-de-forças da inflação – o preço do crude e dos alimentos continua a cair –, os banqueiros centrais estão focados em tentar segurar a economia. E bem. Estão a baixar as taxas directoras a todo o gás, com o objectivo de aliviar o fardo de empresas e famílias endividadas. E estimular o consumo e investimento. Ironia do destino, estão a fazer aquilo que criticaram em Alan Greenspan. Com a actual crise, Greenspan passou de bestial a besta. Deixou de ser o grande responsável pelo maior período consecutivo de prosperidade nos Estados Unidos, para ser o criador das bolhas e dos desequilíbrios globais que agora implodiram. Mas que fez o antigo presidente do Fed? No início da década, depois do rebentar da bolha das ‘dotcom’, baixou as taxas de juro para tentar aguentar a economia. A pressão do dinheiro barato levou os norte-americanos a investirem fortemente no imobiliário, originando o fenómeno do ‘subprime’. Qual foi o valor mínimo que a taxa atingiu na altura nos Estados Unidos? 1%. E qual é o valor agora? 1%. Ou seja, nem Alan Greenspan era doido, nem Ben Bernanke, o actual presidente do Fed, é distraído. De facto, um banqueiro central não pode fazer muito para tentar combater uma crise. O seu trunfo é baixar os juros. E corre o perigo de curar uma bolha criando novas bolhas na economia que rebentarão no futuro, originando novas crises. Contudo, houve uma asneira que Greenspan cometeu e que convém não repetir. O mercado não pode ficar à solta. Precisa de trela. Não podem existir partes do sistema financeiro fora do chapéu da supervisão. Não podem existir terras de ninguém. Foi aí que nasceu e cresceu o monstro de sete cabeças dos produtos tóxicos que contaminaram o sistema. Alan Greenspan já reconheceu o seu erro. Agora é preciso que políticos e banqueiros o consigam resolver, criando um sistema de regulação global. E ainda falta muito para lá chegar. Enquanto isso não acontecer, o FMI continuará a dar más notícias e as bolsas na rua da amargura.”
Afinal, pergunto eu, quem é que tem “balls” para começar a mudar coisas nas suas vidas, na organização onde trabalham, no bairro onde vivem, …? Ou vão-me dizer que está tudo bem pelo vosso “burgo”!?
Não há Barack nenhum no mundo que consiga imprimir mudança se as próprias pessoas não a quiserem fazer. E atenção que mudar exige sacrifícios e custa. Sendo necessário, na maior parte das vezes ter visão para identificar o que está mal, operar a mudança, e obter resultados somente no longo prazo. Exige muita auto-disciplina, mas sobretudo determinação e força.
Logo, chega de “parlapié” e tocar a pôr as mãos na massa. Este mundo não é para velhos de espírito. Just do it!
Frases como – “é o fim do mundo tal como o conhecemos” por Manuel Pinho; “it’s the end of the world as we knew it” por R.E.M.; ou “change we need” por Barack Obama e “Yes We Can” by the american people – que comummente temos ouvido nos últimos tempos, são afinal jargão de uma ala que se diz reformista, mas que ousa pouco (pelo menos não o suficiente)… Até porque podemos fazer asneira e perder o nosso "poleiro". Ou seja são sinais de uma evidência, que todos assumem como necessária, mas que ninguém quer assumir a "despesa".
É difícil tirar os sistemas e as pessoas da sua área de conforto, dos seus paradigmas mais que estudados…
“Depois da excitação global à volta da vitória de Barack Obama, ontem ocorreram três acontecimentos que resgataram o mundo do sonho e trouxeram-no de volta à realidade.E esta não é bonita: a crise está para durar. O Fundo Monetário Internacional veio dizer oficialmente aquilo que todos suspeitavam: a economia mundial vai entrar em recessão, arrastada pelo mundo desenvolvido. O Fundo reviu novamente em baixo as suas previsões e diz agora que Estados Unidos, Japão e Europa vão ter uma quebra no PIB no próximo ano.As bolsas continuam no vermelho. Desde o início da semana estão com quedas na ordem dos 5%. Os investidores continuam nervosos com os maus resultados das empresas e não vislumbram nada que os tranquilize. Nem sequer a agressividade dos banqueiros centrais. O Banco Central Europeu e o Banco de Inglaterra cortaram as suas taxas directoras, tentando injectar confiança e energia na economia. Os mercados nem mexeram. Os gráficos dos índices mantiveram a linha descendente. Agora que estão livres do colete-de-forças da inflação – o preço do crude e dos alimentos continua a cair –, os banqueiros centrais estão focados em tentar segurar a economia. E bem. Estão a baixar as taxas directoras a todo o gás, com o objectivo de aliviar o fardo de empresas e famílias endividadas. E estimular o consumo e investimento. Ironia do destino, estão a fazer aquilo que criticaram em Alan Greenspan. Com a actual crise, Greenspan passou de bestial a besta. Deixou de ser o grande responsável pelo maior período consecutivo de prosperidade nos Estados Unidos, para ser o criador das bolhas e dos desequilíbrios globais que agora implodiram. Mas que fez o antigo presidente do Fed? No início da década, depois do rebentar da bolha das ‘dotcom’, baixou as taxas de juro para tentar aguentar a economia. A pressão do dinheiro barato levou os norte-americanos a investirem fortemente no imobiliário, originando o fenómeno do ‘subprime’. Qual foi o valor mínimo que a taxa atingiu na altura nos Estados Unidos? 1%. E qual é o valor agora? 1%. Ou seja, nem Alan Greenspan era doido, nem Ben Bernanke, o actual presidente do Fed, é distraído. De facto, um banqueiro central não pode fazer muito para tentar combater uma crise. O seu trunfo é baixar os juros. E corre o perigo de curar uma bolha criando novas bolhas na economia que rebentarão no futuro, originando novas crises. Contudo, houve uma asneira que Greenspan cometeu e que convém não repetir. O mercado não pode ficar à solta. Precisa de trela. Não podem existir partes do sistema financeiro fora do chapéu da supervisão. Não podem existir terras de ninguém. Foi aí que nasceu e cresceu o monstro de sete cabeças dos produtos tóxicos que contaminaram o sistema. Alan Greenspan já reconheceu o seu erro. Agora é preciso que políticos e banqueiros o consigam resolver, criando um sistema de regulação global. E ainda falta muito para lá chegar. Enquanto isso não acontecer, o FMI continuará a dar más notícias e as bolsas na rua da amargura.”
Afinal, pergunto eu, quem é que tem “balls” para começar a mudar coisas nas suas vidas, na organização onde trabalham, no bairro onde vivem, …? Ou vão-me dizer que está tudo bem pelo vosso “burgo”!?
Não há Barack nenhum no mundo que consiga imprimir mudança se as próprias pessoas não a quiserem fazer. E atenção que mudar exige sacrifícios e custa. Sendo necessário, na maior parte das vezes ter visão para identificar o que está mal, operar a mudança, e obter resultados somente no longo prazo. Exige muita auto-disciplina, mas sobretudo determinação e força.
Logo, chega de “parlapié” e tocar a pôr as mãos na massa. Este mundo não é para velhos de espírito. Just do it!
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