terça-feira, 25 de novembro de 2008

Como se salva a indústria automóvel



Tenho para mim que a indústria automóvel merece ser "salva". Assim como também acho que deveria ser a mártir de um novo paradigma que se nos depara. Mas isto deve ser feito à custa do mercado, ou será que já se tinham esquecido que Ele existia. Ou seja, deve ser feito sem onerar o erário público através do dinheiro dos contribuintes.

1) Que tal fazer dos automóveis o mesmo que os fabricantes de hardware fizeram com as impressoras.

2) Podem fazê-lo de duas maneiras, 1) a indústria automóvel adquire a indústria petrolífera (apesar de parecer difícil não é nada impossível de concretizar, ou 2) a indústria petrolífera compra a indústria automóvel (a liquidez parece não faltar, aos preços que o petróleo tem andado).

3) Assim os preços dos carros baixavam drasticamente; os preços dos combustíveis subiam substancialmente (cerca de 5 euros o litro pelo menos), mas a indústria ficava sustentável financeiramente por mais uns anos, pois o preço dos carros iria reduzindo até atingir 1/10 do preço actual. Quem estava contente com os motores de combustão permaneceria fiel ao conceito.

4) Como se tornaria muito caro o preço por Km no carro com motor combustão, os carros eléctricos tornar-se-iam mais atractivos para a maioria da população.

5) A malta do petróleo passaria a viver de um nicho, que apesar de encolhido face ao cenário actual, era certamente rentável. E não tentava a todo o custo descredibilizar e dificultar o surgimento das energias limpas e alternativas.

Resumindo, certamente passaríamos a viver num mundo mais equilibrado e melhor. Principalmente sem ser feito às custas do erário público. Era feito com o princípio utilizador-pagador que tantos gostam.Já agora tudo isto poderia ser feito sob a forma de um fundo de investimento, onde se tentaria captar capital privado e/ou público, onde se sabia qual o período da aplicação, e qual o rendimento esperado. Uma coisa do género do fundo imobiliário para quem não estava a poder pagar a prestação das casas ao Banco. Só que desta vez, o sector era o automóvel, e a regulamentação teria de ser o mais harmonizada possível, com forte incidência nos mercados onde a indústria automóvel e petrolífera fosse mais predominante, não obstante de qualquer um poder subscrever.


Espero que gostem!

2 comentários:

Marcos Caldeira disse...

Luís, mas se o preço por Km ficaria mais caro e logo reduziria a procura de veículos a combustao, as petroliferas nao estariam interessadas... nao???
gostei da tua analise, mas faltam bastantes variaveis ao tema.

Luís Viegas disse...

Marcos, claro que faltam muitas variáveis, e sobretudo quantificá-las. A ideia era mais indicar um caminho possível, um princípio integrador de toda a cadei de valor e que já tem resultados noutras indústrias. Quanto à questão dos Km ficarem mais caros, o modelo de negócio era mesmo esse. Em contrapartida o inevstimento inicial para comprar um automóvel era substancialmente menor. E a escolha ficava sempre do lado do mercado, deixando margem à indústria para se ajustar.