sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Mais perguntas pertinentes sobre os computadores Magalhães distribuídos pelo Governo


Ontem, no programa semanal Quadratura do Círculo da SIC Notícias, discutiu-se “O Magalhães” (ver o programa completo aqui), o computador e a iniciativa do Governo.
Pacheco Pereira e Lobo Xavier fizeram a António Costa (que teve o papel ingrato de responder pelo Governo, quando se compreende que não esteja nem tenha de estar por dentro de tudo) enunciaram várias dúvidas que, como já havia aqui dito, não são assim detalhes tão insignificantes. Pacheco Pereira e Lobo Xavier fizeram as perguntas que, por razões de transparência e também para demonstrar a validade da iniciativa do Governo, que eu continuo a considerar muito positiva, há muito já mereciam ter tido uma resposta ou um esclarecimento. A saber:
Lobo Xavier
1 – O Governo aparece a dar computadores nas escolas mas o Governo comprou os computadores a alguma entidade? Sem concurso público, sem qualquer lógica de contratação pública? Ou o Governo está a dar computadores que não são do Governo?
2 – Quem é que financia a iniciativa do Governo? Quem paga os € 200 milhões que custarão os 500.000 portáteis que vão ser distribuídos? O programa vai manter-se nos anos seguintes (2009, 2010,…)?
3 – Por que é que foi escolhida a empresa JP Sá Couto, de Matosinhos, e não outra? E as restantes empresas que vendem computadores portáteis?
4 – Quem paga as licenças de software dos programas que estão instalados nos computadores? Quem é que está envolvido no fornecimento do software?
5 – Como é se chegou ao preço de € 50, quando o preço na FNAC é de € 285?
6 – Como se justifica uma decisão de dar computadores aos filhos de pessoas com rendimentos elevados e que não precisariam de ter esse apoio do Estado?
7 – Qual é a capacidade de produção dos 500.000 computadores se a empresa só consegue produzir 20.000 por semana? Qual é a logística de distribuição dos computadores?
Pacheco Pereira
8 – Faz sentido que as crianças do ensino básico tenham um computador individual para utilizar na escola, tendo em conta o tipo de aprendizagem que aí é dado? Há alguma vantagem pedagógica da utilização de um computador individual nas salas de aulas? Tem alguma utilidade do ponto de vista educativo no ensino básico?
9 – Faz sentido uma iniciativa deste género em Portugal, tendo em conta que este tipo de computadores foi pensado para países menos desenvolvidos (como vem referido no site da Intel), nos quais as crianças não têm acesso a computadores?
10 – O Governo está a oferecer um computador ou um brinquedo? A formação dos professores está a ser feita de forma adequada? Estarão os professores preparados? Como vai ser feito o escrutínio da utilização dos computadores?

São 10 perguntas pertinentes que infelizmente a página na Internet do programa e-escolas não esclarece.

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