quinta-feira, 19 de junho de 2008

A favor do Acordo Ortográfico


Recebi hoje do nosso amigo Lord Blackadder um repto para assinar uma petição com o Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico (ver aqui).

Acontece que eu... sou a favor do Acordo porque, contrariamente ao que se encontra escrito nesse Manifesto, eu não considero que um povo possa considerar-se proprietário de uma língua, ainda para mais quando se trata da 5.ª língua mais falada em todo o Mundo, falada por mais de 200 milhões de pessoas, apenas pouco mais de 5% delas portugueses.

Eu sou a favor do Acordo porque não sou a favor da tacanhez... não foi a tacanhez que nos levou a fazer a reforma ortográfica do início do século XX. Se fossem tomados em consideração os argumentos do Lord Blackadder ainda hoje se escreveria "pharmacia" ou "portugueza". Se querem saber, não é a ortografia que faz a riqueza de uma língua.

Mas atenção: o Acordo Ortográfico não vai acabar com a língua portuguesa falada e escrita em Portugal. Apenas vai criar o Português Internacional, aceite por todos os Estados da CPLP, permitindo fortalecer a nossa língua e cultura no espaço global. E o Acordo nem sequer mexe na fonética, ou seja, na forma como se pronunciam as palavras.

Aproveito para dizer que a nossa Assembleia da República já aprovou o Segundo Protocolo Modificativo, que estabelece um prazo de até seis anos para que o Acordo Ortográfico definitivamente implantado, faltando agora apenas a ratificação através de decreto do Presidente da República.

Desafio o nosso amigo Lord Blackadder a vir apresentar os seus argumentos no blog, num "post" e não num e-mail...

1 comentário:

André Ponte disse...

Caro Sir Humphrey, resolvi investigar a fundo o Acordo Ortográfico para poder fundamentar melhor a minha opinião e apercebi-me que existe alguma desinformação - para não dizer contra-informação - sobre o tema.

Fiquei a saber que afinal a letra "c" em "pacto" e em "facto" não irá ser abolida, o que seria ridículo. Se bem percebi, as letras "c" e "p" apenas desaparecem nas palavras onde não são sequer pronunciadas.
Fiquei a saber inclusive que não seremos os únicos a fazer concessões: os brasileiros vão deixar de usar o trema em palavras como frequentar e aguentar.

Confesso que poderei ter sido induzido em erro por aqueles que lançaram a petição, e terei eu próprio induzido outros em erro.
Faço aqui um mea culpa e deixo, a partir deste instante, de patrocinar a ratificação da referida petição. Isto não significa que me torne num defensor do Acordo: mantenho as minhas reservas, pelo menos até conhecer a sua verdadeira extensão.

Deixo-vos dois sites onde poderão informar-se melhor sobre este tema:

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo&version=1991

http://orto.no.sapo.pt/c00.htm

Um abraço
Lord Blackadder